strange days
foi fantástico e compreendi o meu valor e significado
já sei qual é o meu caminho e qual a minha vontade
tudo bate certo, tudo se conjuga
eu vou ser alguém e já encontrei o meu caminho
...
Se o homem escreve corpo ou relva é simples,
Se escreve a rimar é básico,
Se descreve é porque imita,
Se sente e fala da angústia é repetitivo,
Se fala de amor é enfadonho e, quiçá, de mau gosto.
Se inova falta-lhe musicalidade ou beleza.
Se tenta inventar; desiludido, constata que a ideia não é sua.
Se usa referências falta-lhe ou rasgo ou modéstia.
[Se trata os autores unicamente pelo primeiro nome já não gosto dele]
Se elabora é pseudo-intelectual (e acusa os outros de o serem)
[Somos todos pseudo-intelectuais, não tenham vergonha]
Se é bom ou é comunista (tipos execráveis) ou é fascistas (tipos exagerados).
Se escreve textos longos é enfadonho.
Se os escreve curtos tem pouco para dizer.
Inventa, pensa, rima, fala da angústia, da dor, do prazer 1, do que te apetecer
Usa referências, sê pseudo-intelectual, pretensioso, estúpido ou amoroso.
Acredita no comunismo, no pai natal, no fascismo, no freitas do amaral ou no papa,
bebe até cair, sê abstémio, sóbrio, fuma, cheira, abstem-te, repete-te, castiga-te,
tropeça e cai.
Somos todos homens a viver (viver à chuva)
E estamos todos encurralados para escrever.
1 Diego Armés homem que vive e descreve.
Como a dor é grave
Passei por lá esta tarde
E disseram para voltar depois.
Mas eu não quero
Andar à procura de uma cura
Ou de um frasco com luzes.
E sinto faltar-me o tempo
Para pensar
Nestes ruídos.
Ruídos como as pingas de água
Que vi pela manhã, caídas no chão.
Ruídos como um abraço seco ou
Como este copo bebido de um trago.
Deixei grande parte da beleza
No autocarro porque tinha,
Que apanhar o metropolitano.
de chuva nos pés;
Descalçar-me para a penumbra;
Vestir o pijama e ir dormir.
Aconchegado na rotina;
Repito as músicas, os gestos,
as frases, as histórias.
Repito as músicas, os gestos,
as frases, as histórias.
Só o céu é diferente todos os dias.
Desde que haja cores, flores
E um pouco de espaço para ouvir.
Tentaram ensinar-te que és feliz?
Tentaram explicar-te a vida e a metereologia?
O começo, o fim e a ida à lua?
O funcionamento das estrelas e dos satélites?
De não tropeçar no que todos fazem.
Imprimir uns livros e ler para sentir
Que estou a crescer em vez de morrer.
A vitória do tempo e os amigos à espera.
Nunca gostei de deixar as coisas;
Menos ainda de ferir ou ver sofrer.
Prefiro correr por sítios conhecidos ou desconhecidos
e pensar como só assim consigo.
Este tesouro que eles julgam que tenho
Sinto que eu próprio o estou a perder.
Não sei se falo da juventude ou da virtude.
Porque será que a perfeição só dura dois minutos
e outros sete segundos?
Está a ficar calor de novo
E nascemos há três dias.
Estranho, não é?
Que cabelos escolher, não os meus;
nunca para mim.
Isto resume-se a uma dança
Um compasso ou outra divisão,
Finita como quase tudo.
Vou ter a coragem de viver um instrumental e
largar a voz (não que saiba cantar).
Caminho (ora se estou cansado)
e pergunto as horas a uma senhora desorientada:
Julga estar na rua.
Senhoras e senhores estamos a flutuar no tempo.
correm dentro de ti fios;
transportam raízes de outrora.
Clamor feliz da aurora,
Ao surgir da terra viva
E do arvoredo imutável.
Com as mãos trémulas
Ao tocar em coisa frágeis.
E ter um rasgão no tronco
Por quebrar os dias.
[com um archote]
Algures nesta cidade
Alguém vomita numa sarjeta
Até porque não morre hoje.
Há sangue e ardor
Existem poetas nas paredes
Mudos pelas circunstâncias
De serem mais um a bater as teclas
Juntando as palavras
e sonhando as maravilhas do som.
enquanto julgam amar
Enquanto julgam pensasr
Apenas cada um de entre nós tem
o Poder de não sentir
E visitar a luz sempre no escuro
Meu amigo
Preciso de ti (e vulgar eu sei);
De ver o meu reflexo nos teus olhos.
Desejo o teu abraço e, no entanto, perdi-o.
Em todas as folhas escrevi o teu nome;
E as folhas caem e escurecem.
[como desejava que não houvesse antes]
A água continua a correr.
E, no leito de um qualquer riacho
Deito-me e aspiro sofregamente o teu perfume
[que foi feito de mim?]
Perdido no escuro
No vão de umas quaisquer escadas
Estremecendo aos espasmos de dor
[penso em ti]
E ao suave beijo do vento quente
Invejo a liberdade de não ser...
De não carregar um vazio
Que o faça caminhar ao som do sonho.
Também estás deitada no teu quarto,
E também pensas em mim,
Mas o teu futuro não é uma estátua;
e nada me escreves…
A ave canora que te acordará (amanhã)
Apagará o resto de saudade guardado nessa caixa a que chamaste coração.
Anoitece (a noite desce),
E tu entras no chuveiro.
Não queres mais ouvir falar de mim.
Com essa água lavas-me,
Levas-me!
Memórias...
Tudo vai saindo.
Aquela água junta-se,
Então,
À água que escorre dos teus olhos.
Não é (mais) dor!
Não é (mais) raiva!
Não é (mais) mágoa!
É apenas limpeza…
Já é noite quando desligas a torneira e te secas
[e eu nu, aqui nesta cama que não será mais nossa, durmo]
Com o calor de um novo dia
(igual a todos os outros e nunca o mesmo)
Irão:
As gotas de mim que ainda não secaram
[longe.
Viro-me e continuo a dormir…]
This time the bullet cold rocked ya
A yellow ribbon instead of a swastika
Nothin' proper about ya propaganda
Fools follow rules when the set commands ya