domingo, abril 09, 2006

vejo-te como um raio de luz,
uma flor laranja num jardim cinzento,
uma chávena de chá que conforta e acalma,
a beleza de dar a nota perfeita no momento certo.

Olho para ti na esperança maravilhada de que sintas como sinto,
na certeza que tudo faz sentido (sem saber porquê),
com a ansiedade de quem descobre tudo outra vez (e se fascina).

Sinto-me como uma noite de Verão passada a tocar com amigos e cerveja,
como uma manhã a nadar no mar enquanto chove,
como um pôr-do-sol a tornar-me completo e pequeno,
como uma corrida pelos campos onde respiro vida.

Sinto o calor da minha respiração,
a agitação da tua existência,
a calma da tua presença;
esta paz fugaz que me toca,
mas não me abraça senão com o teu abraço.

Que faço?

Encosto a minha cabeça ao tampo frio da mesa,
Corro rápido para qualquer lado,
Solto sorrisos e deixo-os voar,
Espero pelo teu sorriso luminoso.

Persigo as tuas sobrancelhas rasgadas,
Anseio pelo teu cheiro nas minhas mãos,
O teu toque na minha pele
e este arrepio que me percorreu...