segunda-feira, junho 08, 2009

strange days

ás vezes vivemos dias estranhos e hoje eu tive um cá dos meus
foi fantástico e compreendi o meu valor e significado

já sei qual é o meu caminho e qual a minha vontade
tudo bate certo, tudo se conjuga
eu vou ser alguém e já encontrei o meu caminho

quarta-feira, abril 22, 2009

faltou dizer tudo
e tu sabes que sim
faltou falar das razoes, faltou falar dos porquês

agora nem eu te percebo nem tu me percebes

as vezes mais vale assim, não é?
pois desta vez não era

esta na hora de olhar para trás e contar os passos
é altura de alinhar os factos
são caminhos paralelos, mas cada um de nos percorreu o seu
mais valia um caminho conjunto
mas agora que já nos cruzamos, cada um seguirá o seu

nem sei para onde vou e olho para trás com saudade.
mais valia ter parado bem la atrás

terça-feira, abril 21, 2009

nada e nada


e tudo

junto com nada e tudo

grande fotograma do gigantesco impacto

infinito espaço negro vazio manchado pelos invisíveis pontos negros pintados em fúria

aranhas metalizadas trepam por mim acima e arrancam pedaços de carne

roupa que se rasga e cai. pele com ela, aos poucos e cada vez mais

cabelo emaranhado por sangue seco. arrancado

isto ódio, isto medo

medo eu,
medo eles

ódio eles,
medo, eu?

não mais por favor ou eu choro

emanações naturais compõem a mensagem ilegível decifrável

posições antagónicas contrapõem deuses irmãos na criação da irrealidade que Ninguém quer viver e chamar sua

eu vi o fim e o inicio de tudo, pois tudo sou eu

e nada e nada
o tempo dos grandes ideais está a acabar
há 100 anos dei-lhes razão
toda a razão
mas agora...
agora já não faz sentido

o mundo mudou, o mundo está a mudar. já não faz sentido

o mundo mudou há muito e vocês nem deram por isso

está na altura de o verem como ele está e se tornou
e então mudarem também vocês

e por favor, arranjem novos ideais.
a vossa vasta, bela, e influente cultura contemporânea não pode continuar assente numa base que nenhum de vocês deixa morrer. coitada, ela sofre e contorce-se de dores! deixem-na ir! procurem uma nova bandeira!!
passos

passos

ritmados

marcham

marcham

marcham em fila

ordenados

alinhados

está na hora

ouço as vozes

ouço-as

ouço-as à minha volta

ouço-as

em sintonia. ouço-as

é agora

vai ser agora

vai ser duro


o pano vai cair

sexta-feira, junho 13, 2008

poeta..


hoje é um bom dia para dizer

que um século depois de ti

esteve cá alguém para o receber...

∞ ∞ ∞


" . . . imagine a puddle waking up one morning and thinking,

'This is an interesting world I find myself in,

an interesting hole I find myself in,

fits me rather neatly,


doesn't it??



In fact it fits me staggeringly well! must have been made to have me in it!' "

domingo, junho 08, 2008

tu escondes o sentimento e eu procuro a razão

sejamos vulgares, sim?

deixa cair a cortina e avança
vem, sim!
vem e senta-te, comigo, na margem.

está tudo tão calmo, não vês?

sente o vento quente da paixão, sente as caricias desta brisa tão leve..

e deixa-o partir com a noite, deixa-as cair sem sentido..

bebe. bebe mais um gole.
bebe mais desta fonte inesgotável de sentimento
e
deixa-a correr para o rio (rio de mágoas e dor), e dai para o mar (mar de desgostos e memórias, tão vivas e marcantes).

deixemos então o espaço dar sentido ao tempo
e quando tudo estiver no ponto,
faltará abrir o coração e falar






..



silêncio...

...




..............

..




............ silêncio?







.....






.......................


e se eu, então, te disser que nunca mais
e tu, com raiva, não me quiseres ouvir

e, se tu me abraçares com força,
e, aí, chorares no meu ombro,

e eu abrir espaços em mim


então mais vale quebrar o grilhão que nos prende
e arrancar com força a verdade
que, profunda e pesada e cheia de muito,
se afoga em nós há tanto tanto tempo,

e que, assim, e a partir de tão pouco,
consome um pedaço enorme de mim

quinta-feira, maio 29, 2008

sejamos vulgares, sim?

terça-feira, abril 29, 2008

não me lembro de alguma vez ter estado assim tão quente.
lembro-me bem da brisa pesada e do silencio profundo daquela noite. lembro-me bem do intenso bafo quente que me despertou da cama. e de como os lençóis e almofada gotejavam suor! era impressionante...

lembro-me bem...

e foi nessa noite.
foi nessa noite que...

que conheci uma mais bela mulher. que bela mulher...
uma cigana, uma verdadeira cigana...
uma com orgulho e verdadeiro fogo cigano! aquele fogo que arde sobre o mais poderoso combustível: a felicidade! felicidade da musica, de festa, tão bruta e contagiante. e que dança louca com as labaredas que se alastram no pavimento, noite adentro, sempre noite adentro... que a qualquer momento explode sem aviso, no mais improvável espaço! espaço esse que tanto pode ser o acampamento isolado na paisagem mais árida da ibéria, sobre o sol quente do mais duro verão português, montado à sombra de uma grande azinheira que se demarcou na linha do horizonte. ou então a cave escura e mexida, fumada pelos inúmeros charutos e cigarros, que frequentemente se acendem e bem depressa se queimam. e regada pelos licores, aguardentes e vinhos doces, de produção caseira, que são vendidos ao copo e vêm de uma garrafa daquelas da 3a prateleira a contar de cima.

foi esta a cigana que conheci. feliz por viver e por viver sem limites.

tinha uns olhos profundos como o mar! e se eu, descuidado, os olhasse directamente por um momento(e este momento era sempre tão longo...) então perdia-me naquele mar cinzento e lá ficava, sentado, imóvel, a observar as gaivotas que voavam a minha volta, deixando um rasto cor de mel nos céus. e aquela agua azul, tão límpida e cristalina, que se estendia no horizonte infinito e a toda a minha volta... (olhem, lá estou eu outra vez!) . e se não me perdia nos seus olhos, então todo aquele cabelo negro e forte me embalava num sonho de cheiros e toques suaves e primaveris, como se um campo de flores me abraçasse e ao mesmo tempo se soltasse no vento.
e no meio do meu sonho eu ouvia o canto afinado e limpo, tão puro, que me acordava e me dizia-"vêm comigo, anda. vamos ver mais deste mundo, tão vasto e belo e que nos pertence a todos e por tão pouco tempo."- e então íamos os dois, perder-nos na noite mais uma vez...


mas sobre esta noite então. dizia eu que era uma noite diferente do normal. estava tão quente que eu me acabei por levantar da cama. não conseguia dormir, sabem? e então, não sei bem porque, decidi-me a dar uma volta. vestir-me, sair e passear de noite, por capricho e porque sim.

sai pelas traseiras e fui pelo caminho mais isolado, que ia para a floresta.
não era algo normal para mim, ir andar sozinho no meio da natureza desconhecida, e ainda por cima de noite, mas acho que a luz convidativa da lua foi um enorme incentivo. sabem, estava lua cheia. uma daquelas muito grandes e brilhantes, com uma luz de prata que se reflectia nos charcos e na relva molhada.
toda a vastidão de árvores e pequenas plantas se juntava de noite num derradeiro esforço para apanhar o vento quente que soprava. e eu ali a olhar fiquei tão impressionado que me juntei a elas.

entrei e fui andando pelo meio das árvores. ás vezes parava para observar e ouvir os largos troncos e enormes folhas que pareciam sussurrar palavras de uma língua tão antiga como o vento. estranho era como se calavam à minha chegada...
mas bastavam uns passos e logo começava o mesmo canto sem fim. era um canto mágico, sabem?

e aos poucos, fui caindo sobre o seu encanto. fui-me afastando dos caminhos que nunca devia abandonar e deixei-me levar pelo espaço.
vagueei sem sentido na natureza verde. e capturei mentalmente cada detalhe daquela noite, que me seduziu assim com tanto e tão pouco.

e foi ai. como eu, alguém estava naquele momento apaixonado pela vida oculta que corria em silêncio por entre a relva baixa; por baixo das pedras que em silencio julgavam os ramos mais jovens, que bem do alto se riam, sem pena, das velhas rochas, para quem o tempo apenas
reservara o direito a definhar devagar e permanecer imóveis e mudos, à espera, coitados...

naquele momento esqueci todo o mundo de uma vez e reaprendi observando. naquele momento vi mares e serras, ruas e caminhos e tantos sóis e luas e tantas e tantas estrelas...
vi-me a mim próprio diante de um vazio enorme. e pensei sobre a vida e a morte e o tempo e o mundo e o universo. e como eu, outro alguém fazia o mesmo, no mesmo momento.

ainda bem que..
enquanto amo

tu danças triste
no espaço mais escuro do meu coração

e enquanto tu saltas nua
na mais louca festa do vale das estrelas

eu sento-me e choro a olhar para a lua

segunda-feira, março 03, 2008

apetece-me
soltar as mais frias palavras na luz
e imaginar as cores do mais negro em mim

cego!


cala-te, voz do subterfúgio gélido!


eu vejo-te, estás aqui..
apetece-te ir para dentro e nadar em suados fardos de palha?


cala-te, pensamento da mais fugidia imagem!


estamos em uníssono tonal, e avançamos para fora do alcance temporal

vivamos agora mesmo, neste poderoso espaço


cala-te, sentimento do fantástico gotejar de mercúrio!


existem aqui
enormes troncos e árvores de Ferro preto!
e este chão de pedra, tão cruel...
é duro pisar este chão, com as suas nuances de horror


calem-se, gnomos da primeira hora!


vou finalmente partir para o principio das ondas
e, por ti, alcançar o ultimo luar da imperfeição terrena



podem falar agora

domingo, fevereiro 17, 2008

Na balbúrdia do dia a dia
Sinto a noite a cair
E o cansaço de acordar
Para seguir a mesma via.
Estar sempre a repetir
Os gestos que não queria.

E parece fácil
Entre fumo e nevoeiro
Seguir a direito
Como um ser hábil
Capaz e sóbrio.
Mas estão enganados.

Dizem que estou magro.
Quero escrever e beber.
Enquanto penso e trago
Pessoas para te ver.

Vou continuar a tentar
Fingir que sou capaz
De surgir ou apagar
Com um traço fugaz
Do carvão com que pintas.
(não me mintas.)

Meço a distância entre os meus passos
Até lado nenhum.
Rasguei o mapa e os bolsos.

sábado, dezembro 22, 2007

Hipóteses


Se o homem escreve corpo ou relva é simples,
Se escreve a rimar é básico,
Se descreve é porque imita,
Se sente e fala da angústia é repetitivo,
Se fala de amor é enfadonho e, quiçá, de mau gosto.

Se inova falta-lhe musicalidade ou beleza.


Se tenta inventar; desiludido, constata que a ideia não é sua.
Se usa referências falta-lhe ou rasgo ou modéstia.
[Se trata os autores unicamente pelo primeiro nome já não gosto dele]
Se elabora é pseudo-intelectual (e acusa os outros de o serem)
[Somos todos pseudo-intelectuais, não tenham vergonha]
Se é bom ou é comunista (tipos execráveis) ou é fascistas (tipos exagerados).

Se escreve textos longos é enfadonho.
Se os escreve curtos tem pouco para dizer.

Inventa, pensa, rima, fala da angústia, da dor, do prazer 1, do que te apetecer
Usa referências, sê pseudo-intelectual, pretensioso, estúpido ou amoroso.
Acredita no comunismo, no pai natal, no fascismo, no freitas do amaral ou no papa,
bebe até cair, sê abstémio, sóbrio, fuma, cheira, abstem-te, repete-te, castiga-te,
tropeça e cai.

Somos todos homens a viver (viver à chuva)
E estamos todos encurralados para escrever.


1 Diego Armés homem que vive e descreve.

terça-feira, dezembro 18, 2007

Como a dor é grave
Passei por lá esta tarde
E disseram para voltar depois.
Mas eu não quero
Andar à procura de uma cura
Ou de um frasco com luzes.

Tenho tossido muito
E sinto faltar-me o tempo
Para pensar
Nestes ruídos.

Ruídos como rugidos,
Ruídos como as pingas de água
Que vi pela manhã, caídas no chão.
Ruídos como um abraço seco ou
Como este copo bebido de um trago.

Com a pressa (tens andado rápido?)
Deixei grande parte da beleza
No autocarro porque tinha,
Que apanhar o metropolitano.

Chegar a casa com pedaços
de chuva nos pés;
Descalçar-me para a penumbra;
Vestir o pijama e ir dormir.

Aconchegado na rotina;
Repito as músicas, os gestos,
as frases, as histórias.

Repito as músicas, os gestos,
as frases, as histórias.

Só o céu é diferente todos os dias.

A minha vontade de pouco importa
Desde que haja cores, flores
E um pouco de espaço para ouvir.

Também te disseram coisas hoje?
Tentaram ensinar-te que és feliz?
Tentaram explicar-te a vida e a metereologia?
O começo, o fim e a ida à lua?
O funcionamento das estrelas e dos satélites?

Sentimos grande desejo de não repetir.
De não tropeçar no que todos fazem.
Imprimir uns livros e ler para sentir
Que estou a crescer em vez de morrer.

Vamos passear à procura das coisas bonitas.

quinta-feira, outubro 11, 2007

nunca fez sentido, de facto

nunca fui ao japao...

quarta-feira, outubro 03, 2007

Qualquer coisa no caminho,
Qualquer ponto no céu.
E uma vontade enorme
De encher este vazio,
De fazer desta carne
Pedra de uma causa.

Ao corpo morno
Respondem fracos aplausos.

São raras as caixas
Que podem ser presentes
E ninguém escreve cartas.


Como é fácil ser triste e pessimista.
Como é fútil ser triste e pessimista.
Como é ser humano?

A nossa existência.
As minhas dores nos pés.
E a luz do fim de tarde.

É suave, duro, inteiro;
é díficil respirar.

sexta-feira, setembro 21, 2007

miúda, sinto tanto a tua falta...

fecho os olhos
e tudo o que vejo
és tu
vejo o teu sorriso e ouço a tua voz
tão bela, a tua voz.
e tu,
tão bonita

e é tudo o que posso ter
é tudo o que me dás,
saudades e memórias...

quarta-feira, agosto 01, 2007

O que é viver?

viver é

viver é sentir.

viver não é só respirar e deixar o coração bater. viver não é só comer e beber, não é só dormir e crescer ou morrer.

viver é amar, é estar triste e sorrir, é gostar do fresco sabor da água e adorar estar deitado na relva.

viver é poder dizer a alguém tudo o que lhe gostavas de dizer. ou então nada dizer e manter o silêncio da cumplicidade durante todo o tempo que quisermos.

porque a vida não é só um acaso cósmico, de sucessivas ligações e interacções químicas, que a formularam neste nosso planeta azul.

a vida é um estado e um mistério para mim. viver é sentir, seja isso o que for.


e ainda bem que existe, inexplicada, a vida.



____

este texto foi feito a pedido de um amigo. filipe, aqui está, finalmente! ;P
já passaram 4, 5 dias?


hoje adormeci e acordei a pensar nos miudos e no campo. adormeci a pensar no gonçalo e no césar(no pior deles todos, no césar! que estranho...).

acordei a pensar no campo e nas reuniões. o pá, sinto saudades de tudo. isto é tão estranho.



fui ontem pós copos com o pessoal e é isto que acontece. e eu a pensar que só precisava de me distrair...

a parte boa é que finalmente ganhei nova vontade de escrever. há já muito tempo que não tinha tanta vontade...

segunda-feira, julho 30, 2007

renasci de novo

renasci de novo, outra vez.

fui de novo para o local que mais marcou a minha vida até agora e descobri que embora eu tenha mudado, tudo continua por lá, da mesma maneira.

foi tão bom.

lembro-me quando há dois anos me despedi em lágrimas daquele local. foi ai que pensei em lá voltar agora, mas sem uma certeza. confesso que o tempo me fez esquecer alguma coisas, e cheguei mesmo a banalizar toda aquelas emoções e sentimentos intensos que me lembrava de sentir.

mas voltar lá, agora, fez-me relembrar e, mais importante, voltar a sentir.

desta vez com novas responsabilidades e perspectivas, mas igualmente bom e diferente.




adorei lá estar, adorei os participantes, a equipa. surpreendi-me com algumas pessoas, desiludi-me com outras. mas no geral foi tudo tão positivo que eu só penso no que se passou e apenas passadas horas desde que deixei tudo para trás já sinto saudades de tudo.

cheguei a minha casa, ao porto, e parece tudo tão estranho e inutil. para que viver sem a mesma intensidade, sem a mesma vontade. é estúpido, mas pode chegar para deprimir alguém. sentir este pico de felicidade faz-te pensar que a vida normal não é assim tão boa. mas não pode ser verdade. viver é bom, se viveres bem. é essa a conclusão que retiro de toda esta experiência.

graças a tudo isto ganhei uma nova vontade de viver.

e não esquecerei o luis, a pequena princesa(que talvez saiba ou não o que sinto por ela. tenho pena, mas acho que foi melhor assim), a natércia ou mesmo o rui ou a teresa.
fez agora imenso sentido reler o meu texto, escrito há dois anos durante a minha ultima estadia, e perceber porque motivo emocionou tanta gente e dessa maneira.


nuno, junta-te a mim no ano que vem, a sério. sinto saudades de tudo e todos. foi muito bom.


obrigado por tudo, espero ansiosamente pelo próximo ano.

sexta-feira, maio 25, 2007

Hoje a minha vida mudou

I've been waiting for a guide to come and take me by the hand,
Could these sensations make me feel the pleasures of a normal man?
These sensations barely interest me for another day,
I've got the spirit, lose the feeling, take the shock away.

It's getting faster, moving faster now, its getting out of hand,
On the tenth floor, down the back stairs, its a no man's land,
Lights are flashing, cars are crashing, getting frequent now,
I've got the spirit, lose the feeling, let it out somehow.

What means to you, what means to me, and we will meet again,
I'm watching you, I'm watching her, I'll take no pity from you friends,
Who is right, who can tell, and who gives a damn right now,
Until the spirit new sensation takes hold, then you know,
Until the spirit new sensation takes hold, then you know,
Until the spirit new sensation takes hold, then you know,
Ive got the spirit, but lose the feeling,
Ive got the spirit, but lose the feeling,
Feeling, feeling, feeling, feeling, feeling, feeling, feeling.

Hoje todo a minha vida mudou. É díficil ver o mundo a mudar à minha volta e não saber a quem apontar. Como diz esse enorme poeta e músico Bernardo Barata: que dilema querer ser criança outra vez.
Só com mais tempo vou perceber isto tudo que fiz.

quinta-feira, maio 24, 2007

Quero regressar (devagar)

A vitória do tempo e os amigos à espera.

Nunca gostei de deixar as coisas;

Menos ainda de ferir ou ver sofrer.

Prefiro correr por sítios conhecidos ou desconhecidos

e pensar como só assim consigo.

Este tesouro que eles julgam que tenho

Sinto que eu próprio o estou a perder.

Não sei se falo da juventude ou da virtude.

Porque será que a perfeição só dura dois minutos

e outros sete segundos?

Está a ficar calor de novo

E nascemos há três dias.

Estranho, não é?

Que cabelos escolher, não os meus;

nunca para mim.

Isto resume-se a uma dança

Um compasso ou outra divisão,

Finita como quase tudo.

Vou ter a coragem de viver um instrumental e

largar a voz (não que saiba cantar).

Caminho (ora se estou cansado)

e pergunto as horas a uma senhora desorientada:

Julga estar na rua.

Senhoras e senhores estamos a flutuar no tempo.

sexta-feira, janeiro 12, 2007

archote

correm dentro de ti fios;
transportam raízes de outrora.
Clamor feliz da aurora,
Ao surgir da terra viva
E do arvoredo imutável.

É dificil viver assim;
Com as mãos trémulas
Ao tocar em coisa frágeis.
E ter um rasgão no tronco
Por quebrar os dias.
[com um archote]

Falta-me música
Corto-me em papéis
E fecharam as janelas.
Se eles te perguntarem
Assobia uma melodia
E quando puderes

foge.



terça-feira, dezembro 12, 2006

Corredores

Dou por mim a despir-te
Porque já estou nu
E preciso do calor
De um corpo dócil.

Receio a suavidade da tua pele
As fronteiras do teu ventre
Caixa de segredos adolescente
Mas adolescente para sempre.

Enquanto carrego e transporto
Pesadas árvores de metal.
Não havia pensado nisto.

Que a beleza se dá
Sobretudo no silêncio.

Que o sossego dos corredores
É, em grande parte,
Onde mora a vida.

Que as pessoas correm
Mas fazem demasiado ruído.

Não é o ruído bonito e não intencional
De uma máquina ou de um experimentalista
Mas a ocupação dos silêncios
Onde se podia sentar a morte
Ou outro qualquer desconforto.

sábado, novembro 18, 2006

só,
tu me fizeste ver mais e melhor.

sem querer
tu levaste de mim mais que aquilo que eu estive disposto a dar
e por isso eu recuei
porque uma pessoa com tempo pensa no tempo
e eu pensei demais.



agora aprendi a ver
e vejo agora o que sou.

e o que podes ser agora,
e o que aconteceu, por muito belo,
e o que eu sei e o teu eu ignora
é o mais insuportavel deste curto e fasciculado filme.



desprezo remorsos e sentimentos por um bem maior.
(decerto compreendes)



eu não esqueço quem és:


és o ser alado que me levou á luz;
e o ser das trevas que me apagou as velas.


e foi quando quebrámos as tuas asas
que eu parti sem me despedir

porque vou sozinho aprender a voar
para poder solu iluminar

sábado, novembro 04, 2006

já não queria viver certos dias.
e vivi

tantas coisas que queria não conhecer, não saber.

vejo coisas, penso coisas
e depois, a verdade.
a verdade dói...

dói de sentir que pode e dói por saber que é verdade

a realidade choca-me todos os dias. e eu não encaixo...

sexta-feira, outubro 20, 2006

Algures nesta cidade
Alguém vomita numa sarjeta
Até porque não morre hoje.

Há sangue e ardor
Existem poetas nas paredes
Mudos pelas circunstâncias
De serem mais um a bater as teclas
Juntando as palavras
e sonhando as maravilhas do som.

[outro a] beber a ténue dor do quotidiano
enquanto julgam amar
Enquanto julgam pensasr

Apenas cada um de entre nós tem
o Poder de não sentir
E visitar a luz sempre no escuro

Abraço e boa sorte

Meu amigo

segunda-feira, outubro 16, 2006

Maçãs no sotão

Eu num casulo
E maçãs no sotão.
O meu pente verde
Entre cabelos cinza.

Doem-me cada vez mais
As costas.
Receoi não conseguir
ler.

E o telhado (idade)
não tem cura.
Só uma chuva (medo)
que fura.

Saudade de quando a beijava
a contra-luz.
E passeavamos juntos
de maõs suadas.

C0lunas amarelas
de uma planta murcha.
Já teve um nome
Mas não me lembro qual.

sábado, outubro 07, 2006

Música fria de um piano.
Violinos arrastam-te
Como um traço deitado
Vapor dormente...

Tu esperas...~
E esperas...
O til vai voando...
Tu esperas...

Algo morno ergue-te;
Não há espaço para frenesim.
Tens uma ligeira dor
Em todo o teu corpo.

Irene afirma que é tarde
E os teus amigos estão longe.
Quer dormir contigo
E tu não sabes.

Preto e branco intertimente
E chuva à tua espera.
Tanta gente para te ver
E tu, cega, pela luz.

O teu peito ermida
Levanta-se ao frio.
A erva doce queima.
E a mão desliza.

Já percorrida em intervalos
Dançando com a luz
Neste ermo dás-te
Após beberes.

Vida errabunda e pensamento vagabundo.
Erosão do tempo e vento.
Num tronco ou numa floresta.
Tu esperas...

domingo, outubro 01, 2006

parabéns

Quero que saibas
Que eu me cortei
Enquanto cozinhava outra refeição.
Foi um corte sem importância
Mas senti a falta de um penso rápido,
Da tua mão fria em algodão
E do ardor do alcool.

Quero que saibas
Que eu sabia
Que hoje era o teu aniversário
e
Que não liguei na esperança que sentisses a minha falta.

Quero também que saibas
Que, apesar disso, marquei o teu número
Um sem número de vezes;
E que te dei os parabéns no chuveiro.


Oh Outubro cinzento -
Pobre que ouves chopin -
Levanta um vento forte,
Leva o meu cheiro ao outro lado da cidade,
Despenteia-me as ideias,
Explica-me o que são sons
Porque eu não sei

(ouhuah)

Eu não sei;
Mas quero que saibas
Que os teus olhos não são bonitos
Que os teus pés não são bonitos
Que o café está a ficar frio
Mas (ficava bem aqui um mas)

Vou indo, está bem?

sexta-feira, setembro 29, 2006

Oeste ou Peste?

Hoje cortei a barba
e chorei perdido.
Falta-me a luz de uma cozinha
E a paz de um chá.

Junto e agrafo folhas;
Quem sentiria a minha falta?

Não acredito na infinidade das rectas
E irei descobrir o fim desta.

Final feliz seria ao lado da paz corpórea.

Desvanece-se este humor com toque a nevoeiro.

Cortem-me a cabeça!
Cortem-me as pernas!
Levantem os feridos
Tapem-me os ouvidos.

Vós que vos julgais felizes.
Sim, meu amigo, tu!
Tu também.
Tu pensas nisso (pensa).
De que forma não sei.

O desejo de lamento da nossa morte
é grande;
Apenas porque gosto de te imaginar
a chorar por mim.

Ponto sim.

Pontuação existe.
Aumenta em mim
e cessa a tormenta.

Oeste ou Peste?

segunda-feira, setembro 25, 2006

Outubro. Belo dia frio.

Os gânglios na minha garganta são flocos
(gostei muito mais assim)
Neve ao pequeno almoço.

Doce janela: o teu corpo
E o vapor que me impede de ver
Uma réstia de claridade...

Respiram ou fumam?
Nunca percebo o Outono.

Doces dores que me deixam
Dormente.
Ouço este lamento
Novamente.

Traços e mais traços
Cinzento escoálido.
Sentado e pálido
Está o tempo.

Metereologista sem guarda chuva
Sentado num sofá azul
Não deseja comer ou beber
Espera (com o eco)...
Espera (com o eco)...
Espera (com o eco)...

Sala vazia e riscada.
Enrolam um cigarro.
Queimaram as mãos.
Elas saíram.

Outubro. Belo dia frio.

quarta-feira, setembro 20, 2006

Iogurte
Instrumental e em pedaços
Um rebento e uma espiga
Que tremem [Oh!], que tremem...

Iogurte
Fraco ou farto faça-se
Justiça nesta planicie
Plantada e agreste

Iogurte
E uma tomada branca
Usaram-se poucos verbos
Mas o que hei-de desejar?

Iogurte
Quando tiver tudo
Não desejarei o nada
Pois estarei preso.

Iogurte
Força-me a pensar
No sentido de cada colher
Que vem ao meu encontro

Iogurte
Não te comerei
Se assim o desejar
No entanto, desejo-o.

Iogurte
Qual a vida de um fósforo?
Quem me fez a mim?
Posso ajudar?

Iogurte
Perdoa-me o uso de tudo
Mas não desculpes qualquer coisa
Concreto!

Iogurte
Abstracto ou cubista,
Aroma ou de pedaços
Pára!

E o Iogurte parou..

domingo, setembro 10, 2006

Já passa das 8...vamos para casa

É a primeira hora da tarde. Depois de uma manha de sono levanto-me feliz com a luz da manha. È paz e calma. Estou sorridente e pronto para começar o dia.
14.00 – Já não estou sozinho. A luz bate de frente e cega-me momentaneamente. Ruídos urbanos não podem perturbar as palavras que se arrastam com o vento… Há um coro de vozes que sussurra. Não deixar morrer as árvores.
3. Muito movimento, muito ritmo. Como se ninguém quisesse estar parado. Acho que também não consigo ficar. Por vezes tudo para, para logo recomeçar. É hora de fugir. Sinto os golpes de língua no pescoço e as mãos que me puxam. Não quero ficar, é hora de fugir.
Hora Coca-Cola™. Há um som que ecoa no vácuo. Chama por mim e prende-me. Eu não consigo sair. Gravito em torno de um ponto na minha cabeça. Malditas drogas..
Drinking tea with the old Queen. Trip de qualquer coisa boa. Nada como a anterior. Sinto-me a flutuar, embora esteja num simples passeio sujo desta rua movimentada. Encostado a um canto com a cabeça nos joelhos e sou o rei do mundo. Vem outra e outra vez. Está cada vez mais rápido. Aperto os braços a volta de mim. E tudo regressa. Uma guitarra chora e as vozes voltam para me acalmar..
É a pior hora do dia. Depois de tudo agora tenho que me aguentar. Está uma sereia comigo, mas sou eu que lhe mostro o caminho. E tenho de a arrastar. Torna-se difícil, eu sei lá se aguento. Eu esforço-me, mas é cada vez pior. Tenho de parar, mas não posso. Em vez disso, começo a cair. Levanto-me e ando devagar. Passos ritmados, pesados. Respiração controlada. Está a passar, já estou a chegar ao fim…
7 pm. Não é uma boa hora para estar na rua. Há um pouco de tudo. Motas, carros, autocarros e camiões. Lunáticos com testa de ferro e macacos enjaulados. E uma terrível dor de cabeça que me apazigua o espírito. Ela foi e eu já não me sinto livre.
Já são 8. Entrei naquele lugar fechado sem perceber que não havia nem por onde entrar nem por onde sair. E só agora que quero sair percebo que não posso. Deixo-me levar pela falta de silencio e pelas batidas contagiantes. Sou eu que me mexo, sou eu que me liberto, dentro deste local fechado. De repente o chão cai e uma luz branca e intensa vem de cima.
9. Ficam as paredes e uma queda continua e infinita. De repente o mundo abre-se. Há uma melancolia aflitiva no ar. Entram borboletas com asas de papel e eu toco ao de leve no chão. Começa a andar. Calmo, acompanho o dançar frenético das sombras aladas. Avanço e sinto tudo o que vejo, sem medo. Inesperadamente sinto um toque no ombro. Viro-me lentamente. Salto e, desesperado, tento fugir dali. É horrível! Voltei aos passeios e ás ruas, já estou em segurança.
Já passa das 8, vamos para casa. È o normal num dia normal. Caminho pelo passeio limpo desta noite de verão. Sinto aquela mesma presença imaginada á minha volta na cidade. Não tarda estou em casa, não tarda eu descanso. Puxo um cigarro, puxo uma, puxo duas passas longas. Volto ao caminho. Ando mais devagar, a passos largos. Vagueio nas sombras e observo as silhuetas animadas que sorriem para mim. Ignoro-as e retomo o meu caminho. Rio-me do céu: sem nuvens, sem estrelas. Estou a chegar. Vejo a minha rua, reconheço aquele bloco.
Entro no edifício e fico-me nas escadas. A luz entra directa pela porta fechada e de vidro. O fumo azul sobe no ar e toca-me nos dedos. Levanto-me e entro em casa.


________________

baseado na colectanea:


Já passa das 8...vamos para casa

...

1. panda bear - untitled 1 (young prayer)

2. richard youngs - once it was autumn (the naive shaman)

3. jack rose - black pearls from the river (raag manifestos)

4. double leopards - fifth element (double leopards)

5. bardo pond - tantric porno (amanita)

6. charalambides - here not here (joy shapes)

7. skaters - track 4 (pavilionous miracles of circular facet dice)

8. black dice - peace in the valley (peace in the valley / ball 7")

9. spektr - whatever the case may be (near death experience)

10. xasthur - abysmal depths are flooded (telepathic with the deceased)


por Osso

domingo, setembro 03, 2006

Tintas na tua gruta

Tintas
na tua gruta.
Pintam
relações de forma bruta.

Árvore
pelo rio.
Escapo
deste mundo frio.

Grades
vermelhas na janela.
Escolho
não rimar.

Nem sequer sei como me ler
Mas não será isso que me fará tremer (ou temer).

Podiar rimar com colher ou sofrer.
O telefone tocou e senti-me
nua e sem forças
para continuar a escrever.

quinta-feira, agosto 03, 2006

DISCURSO DE CAETANO VELOSO, NO TUCA, EM SÃO PAULO (SP), DURANTE APRESENTAÇÃO DA MÚSICA É PROIBIDO PROIBIR, 28/09/1968

"Mas é isso que é a juventude que diz que quer tomar o poder? Vocês tem coragem de aplaudir este ano uma música que vocês não teriam coragem de aplaudir no ano passado; são a mesma juventude que vai sempre, sempre, matar amanhã o velhote inimigo que morreu ontem! Vocês não estão entendendo nada, nada, nada , absolutamente nada. Hoje não tem Fernando Pessoa! Eu hoje vim dizer aqui que quem teve coragem de assumir a estrutura do festival, não com o medo que sr. Chico de Assis pediu, mas com a coragem, quem teve essa coragem de assumir essa estrutura e fazê-la explodir foi Gilberto Gil e fui eu. Vocês estão por fora! Vocês não dão pra entender. Mas que juventude é essa, que juventude é essa? Vocês jamais conterão ninguém! Vocês são iguais sabe a quem? São iguais sabe a quem? - tem som no microfone? - Àqueles que foram ao Roda Viva e espancaram os atores. Vocês não diferem em nada deles, vocês não diferem em nada! E por falar nisso, viva Cacilda Becker! Viva Cacilda Becker! Eu tinha -me comprometido em dar esse ?viva? aqui, não tem nada a ver com vocês. O problema é o seguinte: vocês estão querendo policiar a música brasileira! O Maranhão apresentou esse ano uma música com arranjo de charleston, sabem o que foi? Foi a Gabriela do ano passado que ele não teve coragem de, no ano passado, apresentar, por ser americana. Mas eu e Gil abrimos o caminho, o que é que vocês querem? Eu vim aqui pra acabar com isso. Eu quero dizer ao juri: me desclassifique! Eu não tenho nada a ver com isso! Nada a ver com isso! Gilberto Gil! Gilberto Gil está comigo pra acabarmos com o festival e com toda a imbecilidade que reina no Brasil. Acabar com isso tudo de uma vez! Nós só entramos em festival pra isso, não é Gil? Não fingimos, não fingimos que desconhecemos o que seja festival, não. Nínguém nunca me ouviu falar assim. Sabe como é? Nos, eu e ele, tivemos a coragem de entrar em todas as estruturas e sair de todas, e vocês? E vocês? Se vocês em política forem como são em estética, estamos feitos! Me desclassifiquem junto com Gil! Junto com ele, tá entendendo. O juri é muito simpático mas é incompetente. Deus está solto! (Canta trecho de É proibido Proibir) Fora do tom, sem melodia. Como é juri? Não aceitaram? Desqualificaram a melodia de Gilberto Gil e ficaram por fora! Juro que o Gil fundiu a cuca de vocês. Chega!?"

quarta-feira, agosto 02, 2006

descobri que
descobri que nada disto faz sentido

descobri que perco tantos pensamentos quanto memorias
sinto falta de ti, e de mais do que isso.
sinto falta de coisas simples com significado.
saudades de coisas importantes que fazem parte do passado
e que apesar da sua importancia não estão frescas dentro de mim.


suspiro por momentos bem passados e martirizo-me sozinho

qual fingimento, qual vontade de esconder.

eu quero e viver e ter, quero conseguir o sonho.

terça-feira, julho 18, 2006

As ervas daninhas darão frutos...

Não falemos em despedida
pois entristeço-me..
Não falemos em tristeza
pois quero acordar limpo como a manhã..

Fitemos antes as nossas caras tristes;
O horizonte sem expressão.
Pisemos antes este chão de pedra
sem (no entanto) nos descalçarmos.

A mágoa corrói
(e) esta aragem dói.

Constato que já não me visto só,
Que à minha volta um horto de olhares e de almas
Se agita, suavemente, com a brisa dos teus cabelos.

A pureza do teu sorriso faz-me estremecer;
e assim o faria se, porventura, vivesse
para além de hoje.

As minhas raízes estáo num lugar remoto e árido
Como um simples mosteiro envolto em poeira.

As ervas daninhas darão frutos...

quarta-feira, julho 12, 2006

Oh where are you now
pussy willow that smiled on this leaf?
When I was alone you promised the stone from your heart
my head kissed the ground
I was half the way down, treading the sand
please, please, lift a hand
I'm only a person whose armbands beat
on his hands, hang tall
won't you miss me?
Wouldn't you miss me at all?

The poppy birds way
swing twigs coffee brands around
brandish her wand with a feathery tongue
my head kissed the ground
I was half the way down, treading the sand
please, please, please lift the hand
I'm only a person with eskimo chain
I tattooed my brain all the way...
Won't you miss me?
Wouldn't you miss me at all

quarta-feira, junho 28, 2006

O punk que tocava violino

O punk que tocava violino
Sentado num penhasco à beira mar
Sentia-se cansado,
Cansado de acreditar que não havia futuro.

Triste por sentir que estava certo.

E um pássaro esvoaçava por ali...

Ele, que partira, sentia a falta
dos seus vinis com akele cheiro a velho
de uma pele suave e brilhante
de um cama com um cobertor azul...

E tudo o que ele queria era outro mundo.


[o violino ainda toca
e o punk passou pela casa
onde nasceu]

quinta-feira, junho 22, 2006

eu era um pedra
E, como pedra, não era
[orvalho]
até que nadei um ribeiro
e, então
afoguei a lua!

Aí, deitei-me em mais uma nuvem
e bebi o suave (apenas o suave).

quarta-feira, maio 31, 2006

sai bicho!
sai da minha cabeça!

tou farto de ti.
bloqueias-me a visão e o pensamento, e ,como se não bastasse, és feio e peludo!
odeio a forma como me colocas na mente, com os teus tentáculos pegajosos, as tuas parvas suposições.

ja viste?
és pequeno e inseguro, mas no entanto sou sempre eu a marioneta!
paras de me puxar? vais-me largar? deixa-me ser livre, por favor..



qualquer dia mato-te, meu filho da ...
e simplesmente facil
ver o que todos vemos
e francamente dificil
descobrir o que nao quero ver


é mais facil fazer a pergunta, puxar a corda, carregar no botão
que responder á questão, levar com a bigorna ou empurrar o gordo
i wont say a word
i wont say the obvious

there is a long road that we still have to walk through

we will get there
someday, sometime
one day

and maybe im dreaming
but i do it for the best


cause, you know, its all about love

terça-feira, maio 30, 2006

levanta-te e grita
tira de ti o peso do sonho e faz a vida


senta-te e espera
aguenta em ti o calor e a vontade
deixa a chama apagar e rega os vasos, ganha raizes


explode e destroi
destroi e corroi as correntes que arrastas ha tanto tempo
corre livre e nao te deixes abater


carrega a arma e dispara
observa os buracos e vê o sangue sair
é tudo real, não te magoes
não te magoes hoje



magoa-te amanha
observa e aprende, não aceites imposições


tu és livre,


tu podias correr...

quarta-feira, maio 24, 2006

Quarto

Preciso de ti (e vulgar eu sei);
De ver o meu reflexo nos teus olhos.
Desejo o teu abraço e, no entanto, perdi-o.
Em todas as folhas escrevi o teu nome;
E as folhas caem e escurecem.


[como desejava que não houvesse antes]


A água continua a correr.

E, no leito de um qualquer riacho

Deito-me e aspiro sofregamente o teu perfume

[que foi feito de mim?]

Perdido no escuro

No vão de umas quaisquer escadas

Estremecendo aos espasmos de dor

[penso em ti]


E ao suave beijo do vento quente

Invejo a liberdade de não ser...

De não carregar um vazio

Que o faça caminhar ao som do sonho.



Também estás deitada no teu quarto,

E também pensas em mim,

Mas o teu futuro não é uma estátua;

e nada me escreves…


A ave canora que te acordará (amanhã)

Apagará o resto de saudade guardado nessa caixa a que chamaste coração.

quinta-feira, abril 20, 2006

medo de pirilampos..

Com a luz não são nada (para além deles mesmo)
Mas na beleza selvagem do escuro
Surgem luzes que assusstam..
Percorrem-me dores e arrepios;
Há luz (como vejo)..

Que será aquele astro caído?
Quem teria sido eu há 10 minutos?

Passos e uma voz grave;
Sou eu quem falo?

Essas cores espalhadas pelo chão
[não as pises!]
Vêm do teu respirar
Mulher celeste ou lua?

Coisa preciosa o (teu) cheiro fresco a água..

E estas testemunhas de luz..
Haverá algo para além de uma pergunta?
essas campas para onde iremos sempre entrar..

Não!
Quebra os impossiveis.. e, em comunhão com a natureza, desapareces..
Cais como uma folha falsamente perene..
E a tua pele permanece branca e suave..

O frio não existe..
Uma explosão percute os meus olhos..
Nada ouço..

Sumido, dissipado, disperso, inutlizado, esquecido, inútil, naufragado (mas não sem nau), louco,
corrupto ou corrompido pelos poderes do tempo, perdido..

NÃO ARRANCO PÁGINAS!

domingo, abril 16, 2006

bottle up and explode over and over keep the troublemaker below
put it away and check out for the day
and in for a round of overexposure
the thing mother nature provides to get up and go
bottle up and explode seeing the stars surrounding you
red white and blue
you look and him like you’ve never known him
but i know for a fact that you have
the last time you cried who’d you think was inside?
thinking that you were about to come over
but i’m tired now of waiting for you
you never show
bottle up and go, if you’re gonna hide it’s up to you
i’m coming through
bottle up and go, i can make it outside
i’ll get though becoming you
becoming you
becoming you

domingo, abril 09, 2006

Eu acredito

Eu acredito: na ausência de ausência, na beleza do desiquilibrio, no cinzento como cor, no frio que me enregela e corta, na dor, na pessoa, na música, na arte, na sinceridade do cheiro a café, na necessidade de justiça, na mulher, no sexo, na vontade, no tédio de ser invísivel, no poder da solidão, na ciência, no pensamento, na luz, no passado, no desencontro, no comunismo, na verdade, na velhice, no erro, na incerteza, na tentativa, no construir, na vida, na morte, no ciclo, no desconhecido, no imperfeito, em ti e em tudo o que isso significa..
vejo-te como um raio de luz,
uma flor laranja num jardim cinzento,
uma chávena de chá que conforta e acalma,
a beleza de dar a nota perfeita no momento certo.

Olho para ti na esperança maravilhada de que sintas como sinto,
na certeza que tudo faz sentido (sem saber porquê),
com a ansiedade de quem descobre tudo outra vez (e se fascina).

Sinto-me como uma noite de Verão passada a tocar com amigos e cerveja,
como uma manhã a nadar no mar enquanto chove,
como um pôr-do-sol a tornar-me completo e pequeno,
como uma corrida pelos campos onde respiro vida.

Sinto o calor da minha respiração,
a agitação da tua existência,
a calma da tua presença;
esta paz fugaz que me toca,
mas não me abraça senão com o teu abraço.

Que faço?

Encosto a minha cabeça ao tampo frio da mesa,
Corro rápido para qualquer lado,
Solto sorrisos e deixo-os voar,
Espero pelo teu sorriso luminoso.

Persigo as tuas sobrancelhas rasgadas,
Anseio pelo teu cheiro nas minhas mãos,
O teu toque na minha pele
e este arrepio que me percorreu...
Porque caminhas tão devagar à chuva?
Porque não te abrigas (ou sequer procuras abrigo)?
Vives sabendo que o teu cheiro vive em cada suspiro meu.
Anseio pelo toque na tua pele.
Caço e persigo o teu olhar
Busco, sem nunca desistir, o teu olhar.

Onde estás esta noite?
Que brilho te possui?

Tantas perguntas caem com estas gotas...

quarta-feira, abril 05, 2006

a noite

sinto a brisa fresca e o silencio
o vento que empurra as palavras e as encaixa no melhor lugar
o vazio nao desaparece e continua pronto para me libertar
era bom se agora chovesse
era bom molhar os labios com as gotas puras de ninguem

continua sempre
e é bom saber
que nao pára nunca

sonhar acordado e imaginar como seria se o pano nunca caisse

faz sentido, para mim faz sentido...

sexta-feira, março 31, 2006

sonhar é criar e viver
é sentir e possuir
é tudo perder e recriar
é a derradeira liberdade

é conseguir o impossivel
é possibilitar o engano e a mentira
fazendo do justo a verdade

é a derradeira liberdade, poder sonhar sem fim

sábado, março 25, 2006

vai o vivo numa procissão de gente feia
gente mesquinha e vazia

e é o próprio que se sente vazio, tal é a noção que tem de tudo o que gente feia não vê.
e, sozinho, a sua vontade de os libertar torna-se um gemido. é a vontade de ser como mais alguém. e é o "saber" que está certo, sem saber como pode alguém "saber" que está certo. (é só pensar)

muita gente feia matou o vivo. e o vivo morreu errado.
sobrevivi ao passado para me perder no futuro
e o presente difuso é incompreensivelmente angustiante

arranquei a verdade de tudo
e mesmo assim há esta colisão constante

quinta-feira, março 02, 2006

(o teu) olhar

É demasiado cedo para beber
Mas tu não arrastas o olhar
Mantens o passo altivo e fundo
Deixas as tuas asas por voar.

Eu espero pela noite,
(um espaço)
O silêncio do toque
Nas tuas pernas desenhadas.

As perguntas e a chuva
São leves ao teu lado.
O meu caderno escrito
Merece o teu olhar.

Deixa cair mais uma gota
Desse teu vinho doce
Sentas-te ao meu lado
E, só isso, conforta-me.

Dá-me uma só pena das tuas asas
Para poder tentar
Voar ao teu lado
(E merecer esse olhar que fere,
o aroma da tua pele)

(choro)

A beleza de ti mesma

(afagas-me o cabelo outra vez?)

Deixa-me sussurrar um obrigado

(sussurrado): Obrigado

terça-feira, fevereiro 28, 2006

é um reflexo que me faz pensar
um outro eu que é o sonho
igual à minha imagem de mim

terça-feira, fevereiro 21, 2006

À noite

À noite,
Quando a criatividade me assalta,
Descubro tudo o que tenho para fazer,
Lembro aquilo que não fiz,
Lamento o tempo que perdi...

À noite,
A porta não fecha e as luzes doêm
O silêncio não morde e a dor não dorme.

À noite,
Escrevinho ideias num papel colorido,
Raspo as minhas crostas devagar...

À noite,
Luto contra o bom senso,
Descubro assimetrias e velhos dias,
Corro respirações antigas e simples,
Encerro caixas e cadernos...

À noite,
Quando o silêncio é música,
Tudo cheira a papel queimado.
Sorvo mais um trago de luar.
Deito-me para não mais acordar...
My time's dead,
My poetry's fed.
Stucked on a yard
Where blue girls turn yellow

Feeling useless
For this crowd of frogs.
The door's speaking
A silent language.
My anguish
Won't vanish - with a broom.

Felt a strange
In my own body
Drinking wine
On a haze
Take me somewhere
I want to go.

All this intrest
turns me loathed
I'll gulp it up
Looking for better days.
I'm in seclusion
But I keep it quiet.

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

detesto que me detestem mas sugam-me o amor-próprio para um fundo qualquer..
O meu lábio sangra e tudo me cansa...
(pés frios)

domingo, fevereiro 12, 2006

sinto-me mal comigo
e sinto-me preso e estupido

terça-feira, janeiro 24, 2006

o que sinto é angústia
e sinto que não é bom
sentir o que sinto

angústia de muito
e de muito pouco
da merda de vida que levo
e da merda de vida que me leva

já não penso como penso que pensava
mas também nunca saberei
se alguma vez pensei assim

Sinto um ser cansado e desesperado,
com toda esta angústia,
dentro de mim

E tudo o que não sinto
cái de dentro de mim
transborda de um espaço vazio
cheio com aquilo que realmente sinto
e já não vejo o fundo á muito, muito tempo.

quarta-feira, janeiro 18, 2006

O amanhã é mais que uma palavra.

O amanhã é mais que uma palavra.
Um atalho, um sítio onde falho,
Uma dor, um espaço onde caio.
É possível; amanhã
Podemos construir uma montanha,
Nadar um rio, saltar um muro,
Ter um furo, ser futuro.
Começar!

Não digas que é utopia
Construir, amanhã, outra via,
Outra vida.
Um mundo onde somos iguais
É possível, amanhã.
Caminhamos com a madrugada
Não somos imortais.
Não pares. Só vives até amanhã.

terça-feira, janeiro 17, 2006

26.11.05

Mãos calejadas e escuras, gastas pelo esforço. Corpo entorpecido de cansaço e dor. Tudo tão intenso. Tudo tão real que parece um sonho (construído das minhas entranhas). O carnal momento prolongado. O clímax e o esperma no chão. Uma semente abandonada. 2 e 19: chegada a casa. Após o carnal, uma nuvem de qualquer material não existente. Do nevoeiro de hoje aparece ela. Como num fluxo dum rio (uma corrente contínua e imparável) não há tempo para qualquer hesitação ou paragem. Ela aparece. Depois de tudo, no epílogo das outras acções. As pessoas (as boas e as cordiais, as mal dispostas e cruas). O frio (4ºC). A porcaria em que me torno. Estou corroído por tudo isto; mas as pessoas ainda gostam de mim. Como? O lento cerimional de chegar a casa e recordar tudo enjoado comigo mesmo. Áspero, Está tudo tão áspero em mim. Cansado de errrar, cansado de ser magoado, de magoar, cansado por ter ajudado. Tão consoladora a ideia de contribuir para a melhoria da vida de algumas pessoas. Procuro substituição e só encontro placebos. Mais um placebo (mas é uma pessoa). Que egoísta ser assim. Cabelo revolto e sujo. Olheiras. Cheiro a suor. Esforcei-me dei tudo de mim. Podia estar mais contente. Só quis olhar para ela. Adoração; como a um quadro. Porque eu não acredito que ela nunca pensa em mim. Porquê esta esperança corrosiva? É uma esperança de quem quer mudar o mundo.
Por vezes desejava que me retirassem o impulso sexual animal.
Cãibras.

26.11.05

lúcido / lunático

Demasiado cansado, irritado, estafasado, triste, desiludido, compreendido, iludido, rejeitado, amado, detestado, nu! nu! nu aqui...
Demasiado revoltado, forte, fraco, cobarde, corajoso, notado, desanpontado, desapontado, vazio, dorido, sangue em todo o lado.
Onde estás?
Vida, morte, motim, revolta, ânimo, mudança, dor (muita dor) e este ardor que mói, corrói, dói e constrói.
Corrida a custo, pernas fraquejam, cãibras, cãibras, chão, pedra, frio, nadar no rio. tremo. tremo. Deixa-me e leva-me; caí aqui em cima do áspero.

terça-feira, janeiro 10, 2006

A porta

A porta chama por mim. Não te preocupes mais com ela (diz)... Não te preocupes com o que sentes e com o que mostras (nem tu o sabes)... Fecho a porta. Sento-me neste sofá vermelhjo mal iluminado... O copo de vinho espelha os reflexos de uma música triste e áspera. Não sei o que quero mas ainda vou sair. Não queres ouvir isto comigo? Bebemos os dois do mesmo copo e absorvemos juntos esta magia que não é mais que a dor de viver.
Eu não sei o que é a vida.
Nem tu.
Quem sabe senão talvez o morto?
O sonho em que existimos
é fascinante com os seus tons
Mas há muito mais cores,
Muito mais notas,
Muito mais que tudo,
Muito menos que nada.
Despe-te comigoe vem
correr nu por estas estradas.

quinta-feira, dezembro 08, 2005

a fruited smell

The sound of cofee,
My scent on her hair.
I avow the dream!
I live beyond today!
The words fly, flew
Leaving a trace, a face...
The trees sung me dead poetry
And I realised
That I died there
At each raindrop
With every sunbeam that stabbed me...
This nostalgia tastes like the dawn...

Um cheiro frutado

O som do café,
O meu cheiro no cabelo dela...
Eu assumo o sonho!
Eu vivo para além de hoje!
As palavras voam, voaram
Deixando um rasto, um rosto...
As árvores cantaram-me poesia morta
E percebi
Que morrera ali
Com cada gota de chuva
Com cada raio de luz que me trespassou...
Esta nostalgia da madrugada..

segunda-feira, dezembro 05, 2005

estou com muito medo. ate neste momento tento nao pensar nisso, mas cada vez tenho mais vontade de chorar.
as vezes quando estou sozinho começo a chorar do nada e nao me consigo controlar.
eu tento, mas sai tudo ao contrario. tento pensar em coisas felizes mas quanto mais o faço, pior fico. em vez disso penso em coisas mas e abstraio-me da vida. so assim.

o meu medo e que um dia isto aconteça e nao esteja sozinho. e cada vez mais recorrente.

isto e um rascunho e um desabafo. pode demorar um tempo ate eu aqui voltar, tal e a minha desilusao com muita(tanta/demasiadas) coisa(s) e dai poder demorar um tempo ate que este texto ja nao o seja mais.

terça-feira, novembro 15, 2005

Insónia

Insónias de novo.
Nem tento dormir.
Gosto de tudo isto.
O chão frio...
Saborear o silêncio que é apenas aconchegado pelo ténue som da caneta a afagar o papel.

O aquecedor morno lembra um espaço meu.
E, como todo o espaço meu, dela.
Há muito que chegou o Outono.
Espero pelo tempo em que poderei sair.
Respirar as folhas castanhas,
Beijar o ar frio,
abraçar o vento...

Não vou voar.
Não tenho asas,
os seres humanos não voam (sobretudo os racionais)
e há muito que não tento...

Planar.
Nesta hora gosto muito mais da ideia de planar (amanhã?)
Deixar a Natureza ser senhora do meu caminho.

E o tempo?
Bem
Esse senhor de longas barbas continua (não para).
Quando der por mim tenho barriga, emprego fixo que não compreendo e ela está casado com outro que não eu.
(é a hora que não me assusta)

Estou entregue a mim mesmo e acredito que tudo parou.

A insónia dá motivo à vida reflectida...

segunda-feira, novembro 14, 2005

musicalidade que me atinge
vontade de parar que me restringe
eu sei
que enquanto em mim sentir
nada mais sinto
um bloqueio melodioso
Ah! e o tempo finito...
num golpe,
mesericordioso, divino
com um toque: finalizo!
este que é a tormenta
Oh, sim. Corvo e desejo.
por fim...
toda a vida é longa se o poema é sem sentido
todo o amor é oco quando o poema é não vivido
e se o aconchego é muito, o rancor é reprimido
todo o caminho é longo,
feito sem ti,
no vazio...

O que é o sonho?

Entro
deito-me
se deixassem
nao existissem
estendo-me
ouço
ouço a musica
a vida
fecho os olhos
acordo
fecho os olhos
e acordo

sábado, novembro 05, 2005

o poeta não existe

segunda-feira, outubro 31, 2005

17:36 31.10.05

Como um sopro. Doente há uma semana. Não tão vazio. Não tão só. Bastante confuso. Algo hesitante. Com saudades e sem segurança. 37.8 de dúvidas. Hipotermia de certezas. Onde estará ela? Pensará em mim?
cobertor. frio e aspirina.

segunda-feira, outubro 17, 2005

Eu.

outra e não uma
que se prendesse
sim,
como se afunda...

em mim como em ti
plano de solidão
aqui como em ti
Ah, pois, não devia ser assim
o que eu senti

falas pela razão
mas nao explicas...
paixão,
em mim..

terça-feira, outubro 11, 2005

Anoitece (a noite desce),
E tu entras no chuveiro.
Não queres mais ouvir falar de mim.
Com essa água lavas-me,
Levas-me!
Memórias...
Tudo vai saindo.
Aquela água junta-se,
Então,
À água que escorre dos teus olhos.
Não é (mais) dor!
Não é (mais) raiva!
Não é (mais) mágoa!
É apenas limpeza…

Já é noite quando desligas a torneira e te secas
[e eu nu, aqui nesta cama que não será mais nossa, durmo]

Com o calor de um novo dia
(igual a todos os outros e nunca o mesmo)
Irão:
As gotas de mim que ainda não secaram
[longe.
Viro-me e continuo a dormir…]

terça-feira, outubro 04, 2005

tu corres e avanças sem medo. eu caio e deixo-me no chão.
não hesitas ao puxar-me. quanto mais força usas mais eu me afundo.
eles veem ai? eu fico e espero.
eles que me apanhem. vê se eu me importo.
eles que me arrastem. vê se eu me queixo.

verifica-me o rotulo. se calhar não é o que procuras.
vê se eu mudei. as tantas a cor nao é a mesma.
vês alguma coisa? estou estragado?

vês? então é porque o tempo existe mesmo.

domingo, outubro 02, 2005

Aconchego-me no saco-cama. Os acordes do Old Jerusalem acompanham-me e fazem-me relembrar o concerto.
Tudo o que é raro é valioso. Porque nunca nos chegamos a fartar de algo que existe pouco. Ansiamos por isso. Quando o conseguimos ficamos alegres e apreciamos então. O ser humano tem tendência para o tédio com o demasiado seguro, certo e constante. Com as pessoas e sobretudo com os sentimentos corremos o risco de banalizar algo que é (ou pode ser) peculiar e raro. Dizer todos os dias que gosto de alguém acaba por não fazer sentido (mesmo que isso faça sentido todos os dias). O significado e a sinceridade esbatem-se com a repetição e enjoam com a falta de espontaneidade. Se hoje, agora, sinto que gosto de alguém não o vou exibir nem espalhar por todo o lado. Se me apetecer dizê-lo então fá-lo-ei procurando, contudo, nunca o vulgarizar. Para que quando seja dito valha algo quer pela sua sinceridade quer pela sua raridade.

quinta-feira, setembro 29, 2005

Anjos não existem. Os que existem estão cansados; terrivelmente cansados. O tempo é um gigante planeta ou asteróide que nos obriga a orbitá-lo. Cada centímetro de mim pensa em ti. Sejas tu quem fores. Sejas tu eu próprio. As pessoas são como eu (eu sou uma pessoa?!).. O eu de cada nós não é como as pessoas. Vestido de flanela; o meu pensamento está vestido de flanela. Há tanto de que eu gosto. Vivo contente, sem dúvida. E o despertador não toca. Fico na cama a ver os n's e os m's transformarem-se em gaivotas. Aquela velha caixa de música ecoa nas pades do meu crânio graças aos electrões da memória. A mão de gesso que me fez uma rapariga está na mesinha de cabeceira. A fugir num balão. A minha vida está a fugir num balão. Mas desta vez sorrio com o amarelo do balão e com a borboleta que fica comigo. (Ao som de Coco Rosie)

terça-feira, setembro 27, 2005

ela rebenta com os ses..

ela quebra as correntes..

E a seguir abandona-te deixando o seu cheiro no teu pescoço..
se ele te arrasta
se ele te prende

terça-feira, setembro 20, 2005

O homem que compreendia tudo suicidou-se ao não achar a beleza do desencontro que faz esta vida maravilhosa..
Domingo as árvores falaram comigo.. Final de tarde e o roçagar das árvores a anunciar o final de Verão.. Disseram-me que tudo fazia sentido enquanto não o procurasse.. Que os mistérios são apenas interrogações mal feitas.. Que eu estava feliz ali naquele momento porque não estava a pensar como é que as árvores falavam comigo.. Os pássaros cantavam coisas sem sentido.. E eu só conseguia perceber as coisas se não as tentasse perceber.. A ignorância não é um inimigo.. A interrogação é isso mesmo e nada mais que deva ser compreendido..

segunda-feira, setembro 19, 2005

Well i've seen the battle and I've seen the war
And the life laying here is the life i've been told
Well i've seen the battle and I've seen the war
And the life laying here is the life i've been sold

domingo, setembro 18, 2005

Para quê matar uma inofensiva mosca em pleno vôo? Para me sentir melhor ou maior que ela? Mas eu não sou melhor que uma simples mosca.

Sede

Um ponto de interrogação. Cresce a um ritmo alucinante como uma planta na Primavera. E eu. Porquê eu? Morre, ó ego insaciável! Não, não morras se não EU não existo. Estou sensível como pele irritada. Desta vez não expludo. Morro na véspera do clímax. Caio duma cadeira de vaidade e ambição e mergulho num poço seco. A água faz falta aos outros enquanto eu não a quero. Sede. Podia ser pior. Era pior se Eu não existisse ou se existisse completo.

-- -- --

E agora surge o impulso de partilha. Quero contar tudo aquilo que sinto às poucas pessoas de quem eu realmente gosto. Quero passar o meu tempo com elas. Quero o campo de volta. Mas não sinto mágoa, nem melancolia sequer. Estou feliz. Tenho as minhas reticências mas esta música neste momento com este caderno (que são também outras pessoas) faz sentido. Tudo faz sentido. A felicidade é o momento em que tudo faz sentido. A melancolia é a felicidade revisitada. E a --- não me sai da cabeça. Escrevo-lhe vinte cartas, componho-lhe música, dedico-lhe tudo o que faço (sem ela o saber..). É tão bom ser consumido por este ardor no estomâgo. O tijolo que me puxa para baixo tem o seu nome..

quinta-feira, setembro 15, 2005

Para o efeito.
Flashes brancos e uma rua escura. Formas sombrias, negras, avançam em direcção à luz. Eu olho e avanço com eles. Um caminho longo. Muito longo. E a luz que se parece afastar cada vez mais. Espelhos. Só espelhos. Que me enganam no meu caminho e me fazem divagar. Dói. Muito.
Um espaço de ti
Um universo de mim
Cair sem dar luta
e assim mais, uma luz azul que percorre o céu estrelado
em extase...
São só memórias que me atormentam. Pessoas com significados especiais que eu tenho medo de ter perdido. Os erros passados, agora momentos estranhamente bem passados. Conflitos dentro e fora de mim (Dentro e fora de outros.) que me prendem aos tais momentos passados. Às memorias que era bom poder esquecer. Viver o momento, sem mais nada. Sem mais nada. Pessoas que mudam. Mudam todos, como eu. Constantemente. Para melhor ou para pior. É tudo relativo. Eu amo muita gente e muita gente me ama. E não vale a pena.
...
Caí no chão
Não vejo nada
Perco-me
Levanto-me e
Não sei onde estou
Tonto
Está frio
Está escuro
Está algo à minha volta
Estou rodeado pela escuridão
Extendo os braços
Procuro
Não está lá nada para além de mim
Ouço algo
Um som arrastado
Uma respiração muito profunda
Estou assustado
Não posso fugir
Sem lugar para onde ir
Sitiado
Rodeado pela penunbra fria que me quer mal
Não posso fugir
Terrificado
Fico parado
Impotente
À espera

"bradando no vazio
passa por mim e nem me vê
por hoje escondo-me aqui
amanha faço-lhe frente
se ela me vir no escuro"
Este vampirismo que vive de si próprio. Enquanto houver razão e consciencia eu estou aberto à compreensão.
Esta dor que trespassa
Esta dor que me ultrapassa
Esta dor que por mim passa
Esta dor...
Ela que me desfaça!
Avanço neste corredor mal iluminado e não lhe encontro a saida. E vejo uma luz ao fundo. Tento fugir mas todas as portas estão fechadas. Eu não quero avançar e não posso mesmo recuar. Tirem-me daqui. Não vou avançar.
As portas que se fecham, a luz que vem do fundo.
Eu não posso.
Eu não posso.
Eu não posso.
Eu não posso.
Eu não posso.
Eu não posso.
Eu não posso.
Eu não vou.
Não vou e não posso
Sinto a musica como um enorme bocejo
Que me arrasta num oceano de lágrimas
Sinto-a a precisar de ti
Como uma agulha que penetra numa veia inocente, intocada, ainda virgem

Choro

Choro

Sinto-o vazio

O meu coração bate com força
Sinto-me vazio
A roupa desconfortavelmente confortavel
Peguei num cigarro, sem pensar
Pronto para o fumar
E depois da primeira passa,
Logo depois, pergunto-me porquê
Não lhe consigo sequer sentir o sabor
Estou tão desfeito por dentro
Sinto-me vazio
Parei a pensar e esqueci-me de respirar
Sinto-o, um movimento circular
Os olhos, as palpebras...
Estão pesados
Fecho os olhos
Abro os olhos
A visão é a mesma;
Uma escuridão imensa
Que se extende por dentro de mim
Sinto-me vazio
Este cheiro intenso a tinta que me bloqueia
Tenho a garganta presa
Podia vomitar. Vomitava já
De mim só sai este bafo quente
E dentro de mim está e fica
Este vazio permanente

terça-feira, setembro 13, 2005

Esta estrada cheira a desespero.
Consigo sentir a dor de quem a pisa (como eu)
Cinzas onde outrora àrvores houve,
Nevoeiro onde pura luz existiu.
Há beleza em tudo isto!
Digo-te a ti, dos meus 39 graus de febre,:
A vida vale tanto a pena!

quinta-feira, setembro 08, 2005

São 9 horas neste quarto escuro.
Na mão seguras a neblina,
A manhã fria.
Podes largá-la, deixá-la voar
Pois
Enquanto sentir,
Por baixo dos lençóis,
o teu corpo e o calor que dele emana
Sentirme-ei seguro como em casa

quarta-feira, agosto 31, 2005

Recordações. Ela é uma puta. Ofegante, estou ofegante. Quero ficar a tremer para sempre. É forte. Tão forte! Parece que recebi uma descarga de energia como um choque elécrtico. Começo a perder tempo. Estou a perder tempo. Estou a ser assaltado (talvez estejamos todos) porque é que ninguém faz alguma coisa? Começo a pensar como um cronómetro. Vejo o tempo a aproximar-me do fim. Quero pará-lo ou então matá-la. Se calhar matar é ficar parado no tempo. Ficar preso como numa fotografia. Ficar inactivo, incapaz de interacção. Fitare sempre o mesmo até que ela se transforme no nada. Foda-se. Vou matá-la, quero que ela sofra...


Como eu!
Bancos corridos de mogno,
Madeira escura convida
Raios alvos de luz
A entrar
Pelas altas janelas.

Pele engelhada e áspera,
Marcas desse vil tempo.
Há (ainda) um refulgente olho azul
Na cara de triste enternecimento.
Beleza na dor, Amor na velhice,
Aspereza na seda, Vermelho no negro.

Tudo isto vejo-o
Agora, nesta réstea de claridade
que cessa com o soprar da noite.
Este esforço incessante que me contradiz

Sinto-me preso a uma realidade que não me pertençe

Afogo-me neste exacto momento.

E continuo a morrer
E vou, pensando...
Tento respirar e lutar. Estico os braços em vão. Ouço aquele ruído que à minha volta se repete e sobrepõe de forma continua.
Rodo sobre mim mesmo e permaneço no mesmo ponto. Local.
Não posso e não vou.
Não quero fugir.
Estou aqui para ficar, nesta realidade que me pertence.
Vou aguentar até ao fim, esteja ele onde estiver.
Sei que ela não acabará.
Não enquanto eu reisistir. Existir.
Enquanto eu não me deixar.
E eu não deisisto.
Vou ficar e viver. Para sempre!

O mundo é o mesmo
E eu mudo tanto, por dentro.
descubro coisas...
Novas prespectivas. E coisas maravilhosas não o são mais. Apenas memórias e recordações permanecem inalteradas. As opiniões mudam.
Eu sinto essa mudança. Não sou mais o mesmo.
Mas apenas eu sinto a mudança. E aparentemente apenas para mim mudo.
Os outros não veem. Eu não sou mais o mesmo!
E então...
Erram.
Sem saber que me desconhecem "sabem" quem eu sou, eles "sabem" como eu sou.
Erram.
Estou com pessoas com quem não quero estar. Apenas porque mudei sem aviso previo e já nada nelas faz sentido.
Preciso de me afastar, sem nenhuma vontade de o explicar.
Mas claro, eles não percebem.

eles não percebem...
Aquela neblina densa...
A estrada atravessa a floresta. São só árvores negras, sem folhas. Silencio. Não se ouve nada para lá de qualquer movimento meu. É só terra escurecida. Cinzas. Está de noite e a única coisa que se vê é aqule nevoeiro pesado a pairar a centimetros do chão. Passeio entre vegetação morta e formas indistintas. Sombras e um grande vazio à minha volta. Iluminado apenas pelo luar avanço sem medo, seguro que o que me espera em nada difere do sitio de onde acabei de fugir. Aqui sozinho não me sinto deslocado. Estou bem.

terça-feira, agosto 30, 2005

Que comprimido tomar?
Quem escolher?

Fugir, sair, ser um nómada,
eremita, ébrio na minha sobrieade,
sóbrio na minha ebriedade.
Nada possuir, algo conhecer...
Ter a hipótese de subir uma montanha
ou nadar um rio cada dia
desta minha curta viagem
pelo oceano da vida.

Lucidez

O sarcasmo da lucidez
é apenas como as cores do cego
e os sons do surdo.
A celebração das palavras.
A aspereza dos calos.
O frio dos séculos.
[Aqui há respeito]

O despir lento das árvores.
o vegetar do musgo.
A chuva intensa que encharca.
[Aqui há sagrado]

O clamor das ondas.
O vulto cortante do vento.
A beleza serena da Natureza
[Aqui há algo maior]

Maior que nós (tu e eu)
Mas quero-te por isso.
Por sermos ambos e
Por podermos ser um só.

domingo, julho 31, 2005

saber dizer que uma pessoa é muito bonita, tem um corpo perfeito ou uns olhos muito invulgares...

muitas pessoas nao percebem.
muitas mulheres chegam a ser como obras de arte. e outras mais do que isso. e não, não é uma figura de estilo; é mesmo assim! obras de arte.
uma mulher pode ser tão bonita ao ponto de intimidar um homem. de o fazer temer tocar-lhe, com medo de conspurcar o divino.

as mulheres são unicas e despertam sentimentos muito fortes.
beleza não é sexo! é sentimento!

e isto é apenas a minha visão do mundo...

quinta-feira, julho 07, 2005

Auto / Hetero - retrato

Escreve amor (acredita; não, não acredites), escreve puta, escreve morte, escreve cru, escrve ácido.

Constrói, destrói e no processo cria. Mata, vive mas corre. Sou. Não sou. Não és. Ninguém é. O que é que eu sou?
Um pedaço de ódio escorre nas paredes. Um quinhão de ti a povoar-me as narinas... Podridão e higiene numa mente cailedoscópica... Composto em clave de dó terceira linha... Se fosse um sopro era um oboé, uma cordas um violoncelo (quiçá viola de gamba)... Plácido mas não lânguido.. Eu sou tu... TU... Eu sou em ti. Tu és mim. (sim TU). Somos o mesmo? Não. Sim. Não sei. Sei o abecedário
A B C D E F G H J L K M N O P Q R S T U W V X Y Z... Ela é um zigue-zague mas eu não.
Pólen.
Anda no ar.
É só apanhá-lo e comer.

sábado, julho 02, 2005

task

Gotta a task for you (that are simply another me) and it's hard and difficult but quite simple. It consists of killing me (and therefore you) without inflicting suffer and pain.. But I (We) need to get out of this ammount of dirt and meat I'm (we're) living in 'cause It's ruining the building of my (our) existence. It is killing me (us) or perhaps dying... And so I (we) shall taste its blood and finally be totally (or at least more) free...

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DEATH111111111111111111111111111
WILL111111111111111111111111111
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YOU1111111111111111111111111
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segunda-feira, junho 27, 2005

tudo isto são memorias

acordei para recordar
estou cansado de sonhar

acontecem coisas que preferia não sentir ou viver
e é importante perceber isso mesmo

vivo com vontade de viver

parece simples


divagando nas minhas memorias
gostava de reviver aqueles momentos especiais

e vou vivendo

passa uma semana de inutilidade reforçada
e eu continuo á espera

adorei esta quebra


aquela noite...

estava frio
o ar estava humido
não sentia medo
não estava preocupado
estava deitado a olhar para as estrelas
ouvia o som da água a cair
e observava o movimento das arvores que dançavam com o vento
coloquei os headphones e liguei o diskman
musica em doses portateis
de repente tudo muda
tudo deixa de fazer sentido
a minha mente viaja á velocidade do pensamento
salta de lugar em lugar, de pessoa em pessoa, de momento em momento
fiquei ali, a reviver
depois levantei-me e roubei um cigarro
fui fuma-lo para longe
atravessei o parque e fui até a zona mais escura
aproximei-me das vinhas e fumei enquanto observava a minha sombra e o movimento do fumo
sempre sozinho, comigo mesmo
estava feliz
estava livre da melancolia rotineira
apetecia-me fugir dali e continuar a minha busca
voltei pelo mesmo percurso
interrompi-o para me ver ao espelho
e depois fui dormir

tudo isto são memorias

domingo, junho 19, 2005

Apetece

apetece-me

apetece-me apagar esta mente consciente

apetece-me beber ate á inconsciencia

apetece-me ser incompetente

apetece-me esquecer a competencia

a maluqueira ainda agora começou

vou correr nu num deserto de bb's

bb's de mil cores e tamanhos!

deixar a inconsciencia apagar o meu ultimo sopro

permitir sonhar, inconscientemente consciente

quero estar de bem com o mundo,

mesmo que esquecido de todo o mal que ele me traz...

tens vermelho neste lugar escuro

(é necessária luz para o ver)

vermelho de paixao, de luxuria

vermelho sangue, pecaminoso

ele está sempre por aqui............

nas vezes em que não me aproximo

permanecendo no escuro, e assim não o vejo

fui e voltei

saltei e dancei no escuro

observei as estrelas

e o meu coraçao dispara!

começou a corrida!!

"upa! um pé á frente do outro!"

tenho de correr! tenho de correr!

está tudo a desvanecer

está tudo a desaparecer...

fica mais calmo

a musica parou

silencio aconchegante

que calor!

que calor...

preciso de escuridão absoluta.

impossivel, só pelo facto de ter de escrever com o ecrâ ligado

mas porque não? desliguei.

nao vejo o teclado

so luzinhas me acompanham

assim e dificil

assim e tao mais dificil, sem a luz

preciso da luz para ver o caminho

preciso da luz para caminhar

para avançar

e da escuridão para crescer, para me acalmar, para me temer

preciso tanto de parar

e vou parar

quarta-feira, junho 15, 2005

estou-me a borrifar para as preferencias e opinioes dos outros.

este blog é uma fuga, um consolo. eu(EU) escrevo aqui porque me apetece. Inicialmente tinhamos decidido nao ter leitores, ou pelo menos nao publicitar ou divulgar a cena. Mais tarde achamos que mal tambem nao podia fazer.

Desde que escrevo( não só no blog), eu escrevo para mim. E, para mim, a forma não é mais importante que o conteudo. Não é uma questão de preferencias. Eu "atiro" os meus sentimentos e pensamentos para o papel. E releio-os mais tarde. Escrevo para mim. Não me importa se tu(tu, que lês) não percebes. É uma expriencia minha para o meu eu futuro.

O meu eu futuro que quando ler isto se vai rir(ou não) mas que tem toda a legitimidade de o fazer, pois ele viveu o que eu agora sinto e o entendeu e sentiu como eu agora o faço. Não preciso dos conselhos de gente estupida que me quer dizer o que sinto e como o transmitir...

domingo, junho 12, 2005

Vapor

Vapor. Tenho um Deus. Ele é tudo. Eu quero ser vapor. Só vapor, nada de sentimentos. Mas pensamento sim. Estou viciado em conceber ideias, mastigá-las, melhorá-las, discuti-las e destrui-las. Construir o meu Deus. Talvez seja ambiciosa de mais a ideia de construir um Deus. Mas não será aquilo que muitos dos que pensam acabam por fazer? Eu quero livrar-me do corpo que me prende, de quem realmente gosto e quero que isso não me cause sofrimento; por isso sou vapor mas não consigo. Falho sempre como ser humano. Talvez possa ser um vapor coerente e que consiga lidar com ninguém porque não consigo lidar com os outros nem com a sua falta.

Deve ser a falta de algo que não existe que me faz ser assim...

quinta-feira, junho 09, 2005

farto farto cansado

Estou completamente farto
Das tuas merdas...
Isto é chato!
Farto
Completamente
Farto
o
t Não vou aparecer
r Porque não quero
a E não
f

e Não me preocupar contigo
t E não saber dos teus problemas
n
e
m
a AAAAAAAAi
t
e
l
p (suspiro)
m
o
c
(suuuspiro)
u
o
t
s
E Não me chateies

Não quero e não gosto!

Farto

Cansado
Cansado
Cansado

sexta-feira, maio 27, 2005

small frog

Despite all my bruises
i'm killing all the old causes...
Everything's missing in the fog,
All the trees (and tears) are blue.
That's a fine true
Won't seek another
I'm just missing my father
But I know I'd rather
Be a frog, small and green
And not on a screen...
Fearing predators and earth
Forgetting my own birth
Giving away my eyes
Understanding why everything dies
Being a small frog
Wiser than all of men.

terça-feira, maio 17, 2005

fecho a porta.
desligo as luzes e procuro o cd.
ouço a chuva la fora.avanço e fecho a janela.
o barulho permaneçe,mais abafado.
lá fora chove e eu estou aqui,sozinho.
ouço e observo no escuro.
espero ate que a minha visao se adapte.e penso...
estou a pensar.penso na minha vida penso nas cenas marcantes.não as importantes,decisivas.as marcantes.lembro-me daquele sonho meu.tenho saudades.e lembro-me daquela erecção tao intensa que provocou em mim uma dor inexplicavel.ai sim,fui obrigado a faze-lo.penso no porquê de uma vida tao estranha.
tento lembrar-me de cada momento do sonho.lembro-me do preto.não era preto.era algo negro,escuro.mas sobreposto num preto profundo.essa imagem opunha-se a uma outra branca sem nada sobreposto.nunca se tocavam.
lembro-me ainda de uma especie de areia com uma textura,um toque... macio,esponjoso,humido.n era frio.muito menos quente.nao se colava.nao se desfazia nem permanecia coeso.talvez borracha derretida,nao sei...
antes de tudo isso,recordo-me,eu olhava e via no horizonte dois pequenos humanoides reluzentes a avançar na areia do deserto.
talvez borracha derretida...
penso numa mulher de curvas acentuadas.acentuadissimas.tanto que nao é normal.irreal,mas extremamente sugestivo.ela procura a melhor posiçao.coloca-se de gatas e arrebita-o a espera da penetraçao apaixonada.nao há qualquer reacçao.imagino-me a procurar e sentir cada curva.
permaneço sempre um mero espectador.
olho para aquela luz irritante.não sei mais o que fazer...
aquela luz que nao me deixa dormir mas da qual preciso para adormecer.as tantas ela apenas me faz companhia.
é tão ridiculo...
olho a volta e levanto-me para procurar o caderninho.depois de o tirar da gaveta busco uma caneta.tenho de ligar a luz.
sinto a visao turva.devia ter escondido a cara.
encontro.desligo tudo de novo.atravesso o pequeno quarto e deito-me na cama.ligo a ultima da noite e começo a escrever...

quarta-feira, maio 11, 2005

Tu

Tu vieste e Eu de inicio pensei k nada eras a não ser outra coisa... Algo banal k provavelmente és..

Eu não pensei só recebia um cozinhado de químicos que me deixavam de tal forma zonzo (e a ti também, eu sei-o) que não keria mais pensar..

Fui usado? Provavelmente; mas porque não? não passo de um objecto kuase igual a muitos outros (e talvez igual a alguns)..

Se tivesse sido isso e custado alguma coisa ou até bastante como custa perder um bom concerto e depois passasse seria tudo limpo e plano...

Mas infestas-me os sonhos (TU), fazes-me cheirar-te onde nunca estás (TU), fazes-me sentir, como se viciado estivesse, a falta da tua pele e do teu corpo (TU)...

Podias-me fazer o favor de pensar em ti como uma vagina (+ uma) mas apareces sem nunca apareceres e assim constróis o que eu ando a tentar destruir há muitos meses..

Kero ver-te e não kero, kero ter-te mas não posso deixar-me..

Aparece de vez para poderes desaparecer e nunca mais desvaneceres para uma sombra na qual não consigo deixar de te ver e de sentir que vens ai construir tudo outra vez...

terça-feira, maio 03, 2005

vampirismo

(Até que um dia me tornei um deles...)
(Não posso bem explicar como. Sinto que cresce dentro de mim...)
Posso ser uma besta. Sanguinária até, mas não sou um animal. Sei o que faço e tenho uma mente consciente.

Preso áqueles que amo, por medo, ou então (não sei) talvez por o saber, vejo a luz e não lhe toco.
Movo-me na escuridão. E permaneço a escutar, no escuro... (escuridão absoluta!)
(Aparentemente normal...)
Posso aparentemente ser um como todos nós. Mas nem sempre...
Durante aqueles momentos, o tal turbilhão que por mim entra... Não me controla, mas é mais forte que eu.(Um aglomerado de ideias e pensamentos obscuros dentro de mim.)
Sinto aquele poder! Aquele poder... (Sabes? Pois, não deves saber...)

Mas não me mostro. Não me mostro nunca...
Permaneço assim, isolado, no escuro. E outros, poucos, como eu o fazem. Esperamos todos. Porquê não sei, mas como eles eu espero: isolado, no escuro...

Se tens de mudar, vai tudo partir de dentro de ti... A angustia, a dor, a desilusão e por ultimo a solidão...

Mas isto não passa de um tormento. Ver que tudo está errado, mas não te podes mover, preso a essa terrivel vontade de matar...

Sou um vampiro isolado. Não me pressionem que eu disparo!!
(Disparo a matar...)

domingo, maio 01, 2005

it will...

kero uma ampola para sorver algo de novo...Prezo mais a liberdade que busco que tudo o resto.

Se quero ser morto ou matar-me deixem-me fazê-lo. Poder fitar, aprisionado e imóvel no escuro, o nada. Poder entrar em algo verdadeiramente novo e livre deveras melhor que uma interminável trip de LSD ou cogumelos... Deixem-me buscar o nada e construir barracas sem material, caçar dragões e correr nu a céu aberto...

Parem com a mutilação de pensamentos nem que eu tenha que ser o alvo.

Ser velho é ser digno mas não é ter a autoridade de saber sempre o caminho.. Não menosprezem kem vem de nova mas kem não vem e não pensa: fita mas não vê.

Tantos gestos e TEMPO perdido em adornos e se calhar no fim somos todos iguais...

domingo, abril 24, 2005

Bullet in your head

This time the bullet cold rocked ya
A yellow ribbon instead of a swastika
Nothin' proper about ya propaganda
Fools follow rules when the set commands ya

Said it was blue
When ya blood was read
That's how ya got a bullet blasted through ya head

Blasted through ya head
Blasted through ya head

I give a shout out to the living dead
Who stood and watched as the feds cold centralized
So serene on the screen
You were mesmerised
Cellular phones soundin' a death tone
Corporations cold
Turn ya to stone before ya realise
They load the clip in omnicolour
Said they pack the 9, they fire it at prime time
Sleeping gas, every home was like Alcatraz
And mutha fuckas lost their minds

Just victims of the in-house drive-by
They say jump, you say how high
Just victims of the in-house drive-by
They say jump, you say how high

Run it!

Just victims of the in-house drive-by
They say jump, you say how high
Just victims of the in-house drive-by
They say jump, you say how high

Checka, checka, check it out
They load the clip in omnicolour
Said they pack the 9, they fire it at prime time
Sleeping gas, every home was like Alcatraz
And mutha fuckas lost their minds

No escape from the mass mind rape
Play it again jack and then rewind the tape
And then play it again and again and again
Until ya mind is locked in
Believin' all the lies that they're tellin' ya
Buyin' all the products that they're sellin' ya
They say jump and ya say how high
Ya brain-dead
Ya gotta fuckin' bullet in ya head

Just victims of the in-house drive-by
They say jump, you say how high
Just victims of the in-house drive-by
They say jump, you say how high


Ya standin' in line
Believin' the lies
Ya bowin' down to the flag
Ya gotta bullet in ya head

Ya standin' in line
Believin' the lies
Ya bowin' down to the flag
Ya gotta bullet in ya head

A bullet in ya head!
Ya gotta bullet in ya fuckin' head!


Zack de La Rocha (RAM)