terça-feira, dezembro 12, 2006

Corredores

Dou por mim a despir-te
Porque já estou nu
E preciso do calor
De um corpo dócil.

Receio a suavidade da tua pele
As fronteiras do teu ventre
Caixa de segredos adolescente
Mas adolescente para sempre.

Enquanto carrego e transporto
Pesadas árvores de metal.
Não havia pensado nisto.

Que a beleza se dá
Sobretudo no silêncio.

Que o sossego dos corredores
É, em grande parte,
Onde mora a vida.

Que as pessoas correm
Mas fazem demasiado ruído.

Não é o ruído bonito e não intencional
De uma máquina ou de um experimentalista
Mas a ocupação dos silêncios
Onde se podia sentar a morte
Ou outro qualquer desconforto.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

nem o ruído bonito(?) mas intencional do noise experimental...Obrigado pela partilha de mais 1 poema, ó egoísta.HH

29/12/06 11:31  

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