terça-feira, novembro 15, 2005

Insónia

Insónias de novo.
Nem tento dormir.
Gosto de tudo isto.
O chão frio...
Saborear o silêncio que é apenas aconchegado pelo ténue som da caneta a afagar o papel.

O aquecedor morno lembra um espaço meu.
E, como todo o espaço meu, dela.
Há muito que chegou o Outono.
Espero pelo tempo em que poderei sair.
Respirar as folhas castanhas,
Beijar o ar frio,
abraçar o vento...

Não vou voar.
Não tenho asas,
os seres humanos não voam (sobretudo os racionais)
e há muito que não tento...

Planar.
Nesta hora gosto muito mais da ideia de planar (amanhã?)
Deixar a Natureza ser senhora do meu caminho.

E o tempo?
Bem
Esse senhor de longas barbas continua (não para).
Quando der por mim tenho barriga, emprego fixo que não compreendo e ela está casado com outro que não eu.
(é a hora que não me assusta)

Estou entregue a mim mesmo e acredito que tudo parou.

A insónia dá motivo à vida reflectida...

segunda-feira, novembro 14, 2005

musicalidade que me atinge
vontade de parar que me restringe
eu sei
que enquanto em mim sentir
nada mais sinto
um bloqueio melodioso
Ah! e o tempo finito...
num golpe,
mesericordioso, divino
com um toque: finalizo!
este que é a tormenta
Oh, sim. Corvo e desejo.
por fim...
toda a vida é longa se o poema é sem sentido
todo o amor é oco quando o poema é não vivido
e se o aconchego é muito, o rancor é reprimido
todo o caminho é longo,
feito sem ti,
no vazio...

O que é o sonho?

Entro
deito-me
se deixassem
nao existissem
estendo-me
ouço
ouço a musica
a vida
fecho os olhos
acordo
fecho os olhos
e acordo

sábado, novembro 05, 2005

o poeta não existe