sejamos vulgares, sim?
deixa cair a cortina e avança
vem, sim!
vem e senta-te, comigo, na margem.
está tudo tão calmo, não vês?
sente o vento quente da paixão, sente as caricias desta brisa tão leve..
e deixa-o partir com a noite, deixa-as cair sem sentido..
bebe. bebe mais um gole.
bebe mais desta fonte inesgotável de sentimento
e
deixa-a correr para o rio (rio de mágoas e dor), e dai para o mar (mar de desgostos e memórias, tão vivas e marcantes).
deixemos então o espaço dar sentido ao tempo
e quando tudo estiver no ponto,
faltará abrir o coração e falar
..
silêncio...
...
..............
..
............ silêncio?
.....
.......................
e se eu, então, te disser que nunca mais
e tu, com raiva, não me quiseres ouvir
e, se tu me abraçares com força,
e, aí, chorares no meu ombro,
e eu abrir espaços em mim
então mais vale quebrar o grilhão que nos prende
e arrancar com força a verdade
que, profunda e pesada e cheia de muito,
se afoga em nós há tanto tanto tempo,
e que, assim, e a partir de tão pouco,
consome um pedaço enorme de mim