quarta-feira, abril 22, 2009

faltou dizer tudo
e tu sabes que sim
faltou falar das razoes, faltou falar dos porquês

agora nem eu te percebo nem tu me percebes

as vezes mais vale assim, não é?
pois desta vez não era

esta na hora de olhar para trás e contar os passos
é altura de alinhar os factos
são caminhos paralelos, mas cada um de nos percorreu o seu
mais valia um caminho conjunto
mas agora que já nos cruzamos, cada um seguirá o seu

nem sei para onde vou e olho para trás com saudade.
mais valia ter parado bem la atrás

terça-feira, abril 21, 2009

nada e nada


e tudo

junto com nada e tudo

grande fotograma do gigantesco impacto

infinito espaço negro vazio manchado pelos invisíveis pontos negros pintados em fúria

aranhas metalizadas trepam por mim acima e arrancam pedaços de carne

roupa que se rasga e cai. pele com ela, aos poucos e cada vez mais

cabelo emaranhado por sangue seco. arrancado

isto ódio, isto medo

medo eu,
medo eles

ódio eles,
medo, eu?

não mais por favor ou eu choro

emanações naturais compõem a mensagem ilegível decifrável

posições antagónicas contrapõem deuses irmãos na criação da irrealidade que Ninguém quer viver e chamar sua

eu vi o fim e o inicio de tudo, pois tudo sou eu

e nada e nada
o tempo dos grandes ideais está a acabar
há 100 anos dei-lhes razão
toda a razão
mas agora...
agora já não faz sentido

o mundo mudou, o mundo está a mudar. já não faz sentido

o mundo mudou há muito e vocês nem deram por isso

está na altura de o verem como ele está e se tornou
e então mudarem também vocês

e por favor, arranjem novos ideais.
a vossa vasta, bela, e influente cultura contemporânea não pode continuar assente numa base que nenhum de vocês deixa morrer. coitada, ela sofre e contorce-se de dores! deixem-na ir! procurem uma nova bandeira!!
passos

passos

ritmados

marcham

marcham

marcham em fila

ordenados

alinhados

está na hora

ouço as vozes

ouço-as

ouço-as à minha volta

ouço-as

em sintonia. ouço-as

é agora

vai ser agora

vai ser duro


o pano vai cair