sexta-feira, março 31, 2006

sonhar é criar e viver
é sentir e possuir
é tudo perder e recriar
é a derradeira liberdade

é conseguir o impossivel
é possibilitar o engano e a mentira
fazendo do justo a verdade

é a derradeira liberdade, poder sonhar sem fim

sábado, março 25, 2006

vai o vivo numa procissão de gente feia
gente mesquinha e vazia

e é o próprio que se sente vazio, tal é a noção que tem de tudo o que gente feia não vê.
e, sozinho, a sua vontade de os libertar torna-se um gemido. é a vontade de ser como mais alguém. e é o "saber" que está certo, sem saber como pode alguém "saber" que está certo. (é só pensar)

muita gente feia matou o vivo. e o vivo morreu errado.
sobrevivi ao passado para me perder no futuro
e o presente difuso é incompreensivelmente angustiante

arranquei a verdade de tudo
e mesmo assim há esta colisão constante

quinta-feira, março 02, 2006

(o teu) olhar

É demasiado cedo para beber
Mas tu não arrastas o olhar
Mantens o passo altivo e fundo
Deixas as tuas asas por voar.

Eu espero pela noite,
(um espaço)
O silêncio do toque
Nas tuas pernas desenhadas.

As perguntas e a chuva
São leves ao teu lado.
O meu caderno escrito
Merece o teu olhar.

Deixa cair mais uma gota
Desse teu vinho doce
Sentas-te ao meu lado
E, só isso, conforta-me.

Dá-me uma só pena das tuas asas
Para poder tentar
Voar ao teu lado
(E merecer esse olhar que fere,
o aroma da tua pele)

(choro)

A beleza de ti mesma

(afagas-me o cabelo outra vez?)

Deixa-me sussurrar um obrigado

(sussurrado): Obrigado