sexta-feira, outubro 20, 2006

Algures nesta cidade
Alguém vomita numa sarjeta
Até porque não morre hoje.

Há sangue e ardor
Existem poetas nas paredes
Mudos pelas circunstâncias
De serem mais um a bater as teclas
Juntando as palavras
e sonhando as maravilhas do som.

[outro a] beber a ténue dor do quotidiano
enquanto julgam amar
Enquanto julgam pensasr

Apenas cada um de entre nós tem
o Poder de não sentir
E visitar a luz sempre no escuro

Abraço e boa sorte

Meu amigo

segunda-feira, outubro 16, 2006

Maçãs no sotão

Eu num casulo
E maçãs no sotão.
O meu pente verde
Entre cabelos cinza.

Doem-me cada vez mais
As costas.
Receoi não conseguir
ler.

E o telhado (idade)
não tem cura.
Só uma chuva (medo)
que fura.

Saudade de quando a beijava
a contra-luz.
E passeavamos juntos
de maõs suadas.

C0lunas amarelas
de uma planta murcha.
Já teve um nome
Mas não me lembro qual.

sábado, outubro 07, 2006

Música fria de um piano.
Violinos arrastam-te
Como um traço deitado
Vapor dormente...

Tu esperas...~
E esperas...
O til vai voando...
Tu esperas...

Algo morno ergue-te;
Não há espaço para frenesim.
Tens uma ligeira dor
Em todo o teu corpo.

Irene afirma que é tarde
E os teus amigos estão longe.
Quer dormir contigo
E tu não sabes.

Preto e branco intertimente
E chuva à tua espera.
Tanta gente para te ver
E tu, cega, pela luz.

O teu peito ermida
Levanta-se ao frio.
A erva doce queima.
E a mão desliza.

Já percorrida em intervalos
Dançando com a luz
Neste ermo dás-te
Após beberes.

Vida errabunda e pensamento vagabundo.
Erosão do tempo e vento.
Num tronco ou numa floresta.
Tu esperas...

domingo, outubro 01, 2006

parabéns

Quero que saibas
Que eu me cortei
Enquanto cozinhava outra refeição.
Foi um corte sem importância
Mas senti a falta de um penso rápido,
Da tua mão fria em algodão
E do ardor do alcool.

Quero que saibas
Que eu sabia
Que hoje era o teu aniversário
e
Que não liguei na esperança que sentisses a minha falta.

Quero também que saibas
Que, apesar disso, marquei o teu número
Um sem número de vezes;
E que te dei os parabéns no chuveiro.


Oh Outubro cinzento -
Pobre que ouves chopin -
Levanta um vento forte,
Leva o meu cheiro ao outro lado da cidade,
Despenteia-me as ideias,
Explica-me o que são sons
Porque eu não sei

(ouhuah)

Eu não sei;
Mas quero que saibas
Que os teus olhos não são bonitos
Que os teus pés não são bonitos
Que o café está a ficar frio
Mas (ficava bem aqui um mas)

Vou indo, está bem?