quarta-feira, maio 31, 2006

sai bicho!
sai da minha cabeça!

tou farto de ti.
bloqueias-me a visão e o pensamento, e ,como se não bastasse, és feio e peludo!
odeio a forma como me colocas na mente, com os teus tentáculos pegajosos, as tuas parvas suposições.

ja viste?
és pequeno e inseguro, mas no entanto sou sempre eu a marioneta!
paras de me puxar? vais-me largar? deixa-me ser livre, por favor..



qualquer dia mato-te, meu filho da ...
e simplesmente facil
ver o que todos vemos
e francamente dificil
descobrir o que nao quero ver


é mais facil fazer a pergunta, puxar a corda, carregar no botão
que responder á questão, levar com a bigorna ou empurrar o gordo
i wont say a word
i wont say the obvious

there is a long road that we still have to walk through

we will get there
someday, sometime
one day

and maybe im dreaming
but i do it for the best


cause, you know, its all about love

terça-feira, maio 30, 2006

levanta-te e grita
tira de ti o peso do sonho e faz a vida


senta-te e espera
aguenta em ti o calor e a vontade
deixa a chama apagar e rega os vasos, ganha raizes


explode e destroi
destroi e corroi as correntes que arrastas ha tanto tempo
corre livre e nao te deixes abater


carrega a arma e dispara
observa os buracos e vê o sangue sair
é tudo real, não te magoes
não te magoes hoje



magoa-te amanha
observa e aprende, não aceites imposições


tu és livre,


tu podias correr...

quarta-feira, maio 24, 2006

Quarto

Preciso de ti (e vulgar eu sei);
De ver o meu reflexo nos teus olhos.
Desejo o teu abraço e, no entanto, perdi-o.
Em todas as folhas escrevi o teu nome;
E as folhas caem e escurecem.


[como desejava que não houvesse antes]


A água continua a correr.

E, no leito de um qualquer riacho

Deito-me e aspiro sofregamente o teu perfume

[que foi feito de mim?]

Perdido no escuro

No vão de umas quaisquer escadas

Estremecendo aos espasmos de dor

[penso em ti]


E ao suave beijo do vento quente

Invejo a liberdade de não ser...

De não carregar um vazio

Que o faça caminhar ao som do sonho.



Também estás deitada no teu quarto,

E também pensas em mim,

Mas o teu futuro não é uma estátua;

e nada me escreves…


A ave canora que te acordará (amanhã)

Apagará o resto de saudade guardado nessa caixa a que chamaste coração.