segunda-feira, março 03, 2008

apetece-me
soltar as mais frias palavras na luz
e imaginar as cores do mais negro em mim

cego!


cala-te, voz do subterfúgio gélido!


eu vejo-te, estás aqui..
apetece-te ir para dentro e nadar em suados fardos de palha?


cala-te, pensamento da mais fugidia imagem!


estamos em uníssono tonal, e avançamos para fora do alcance temporal

vivamos agora mesmo, neste poderoso espaço


cala-te, sentimento do fantástico gotejar de mercúrio!


existem aqui
enormes troncos e árvores de Ferro preto!
e este chão de pedra, tão cruel...
é duro pisar este chão, com as suas nuances de horror


calem-se, gnomos da primeira hora!


vou finalmente partir para o principio das ondas
e, por ti, alcançar o ultimo luar da imperfeição terrena



podem falar agora

1 Comments:

Blogger mAmAdA_mAn said...

e falarei mesmo:

Entrei de cadeira de rodas, saí com o coração num colete de forças.
Alma de braços cruzados espirrando caleidoscópios cabisbaixos.
Uma palavra vale mil imagens, um poema não é nenhum ciclone.
Talvez esta carta nos entrelace ao cabelo do diabo,
Talvez uma tartaruga furando a sua própria carapaça
Com os dentes de um antepassado, talvez desenhemos
Outra refeição a velas – a dois – e se perceba a visita guiada pela eternidade.
O mapa dum amor sorrido à distância da chave,
Anel do divórcio tresmalhado, mega-maratona em trincheira de parto
Gozando enervadamente com as rotinas da transformação – chá –
Invísivel e inevitável baile lisérgico, floresta onde o trânsito se enforca
Com anti-histâminicos, lítio e nicotina – espuma das madrugadas.

Deixar o lixo usar a dúvida e deixar o silêncio conquistar o dadaísmo
Com olhos de xâma e braços de açucar – time why you punish us –
Será que sei sobre o que quero cantar, falta involuntária e grave,
Baralhando lautos cruzamentos doutras primaveras, morrendo cores
Que acho que existem em mim mas que sei que nem eu nem ninguém nunca as verão.

Era giro que me perguntassem sem vos responder. Como?
Raspando lentamente a casca à maçã, deixá-la reluzente,
Deixar a fome começar a magoar, olhá-la periféricamente e,
Prestes a adormecer de cansaço, já castanha e oxidada,
Oferecê-la num embrulho ao sexo da anémona maternal,
Dar a estocada lutadora no ombro do chimpanzé espacial e,
Rapidamente, sermos engolfados em estrépito e estertor
Pelo espírito que tudo captura e nada sempre o dividirá e,
Falecer, em orgasmo, como um caroço de calor em gestação
Glaciar e psicadélica – carpe diem ao cubo – a Deus.



2008 in www.microbiomegalomano.blogspot.com



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25/3/08 01:37  

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